Dólar sobe a R$ 5,89 apesar de trégua nos EUA e Ibovespa sente o baque

BC anuncia leilão de US$ 3 bilhões para frear alta do dólar
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Mesmo com um clima mais positivo nos mercados internacionais, o Brasil terminou esta quinta-feira com sinais de alerta. O dólar fechou o dia em alta de 0,92%, cotado a R$ 5,89, enquanto o Ibovespa encerrou com queda de 1,13%, aos 126.355 pontos.

Trégua nas tarifas não animou o mercado local

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma suspensão temporária das tarifas sobre importações de mais de 180 países, medida que animou bolsas em todo o mundo. A exceção foi a China, que continuará sendo alvo de tarifas elevadas, agora chegando a 145%.

Nos principais centros financeiros, o movimento trouxe alívio imediato. As bolsas da Europa e da Ásia fecharam com altas expressivas. Já em Nova York, os índices continuaram o rali iniciado na quarta-feira.

No Brasil, no entanto, a resposta foi mais cautelosa. Analistas apontam que o mercado ainda desconfia da sustentabilidade fiscal interna e teme que a instabilidade global continue nos próximos meses.

Câmbio segue pressionado

Apesar do otimismo externo, o dólar voltou a se valorizar frente ao real. A moeda americana acumulou alta de 1,08% na semana e já soma ganhos de 3,38% no mês. No ano, porém, ainda registra queda de 4,55%.

A movimentação pode ser explicada, em parte, por um cenário de aversão ao risco e pela busca por proteção em ativos considerados mais seguros, como o dólar.

Bolsa devolve parte dos ganhos recentes

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, devolveu parte dos ganhos expressivos registrados na véspera. Na quarta-feira, o índice havia subido mais de 3%, refletindo o anúncio de Trump. Com a queda desta quinta, o índice acumula recuo de 2,61% na semana e de 4,86% no mês.

Investidores continuam atentos à evolução da política internacional e às decisões econômicas domésticas, que ainda inspiram incertezas. Além disso, a expectativa por dados econômicos nos Estados Unidos nas próximas semanas pode trazer novas oscilações.

China promete resposta firme

Enquanto isso, a China reagiu com firmeza à nova postura dos Estados Unidos. O ministro do Comércio, Wang Wentao, acusou os EUA de sabotar o comércio internacional e prometeu que o país está pronto para “lutar até o fim“.

Esse posicionamento mantém a tensão elevada entre as duas maiores economias do mundo. Um eventual agravamento desse conflito pode trazer impactos duradouros ao comércio global.