Brasil assume liderança global em exportação de ovos

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Os ovos brasileiros ganharam destaque no mercado global. A partir de janeiro, os Estados Unidos ultrapassaram os Emirados Árabes e se tornaram o maior importador do produto nacional. O motivo? Uma grave crise sanitária que atingiu as granjas americanas e reduziu drasticamente a oferta interna.

Crise nos EUA abre oportunidade para o Brasil

Um surto de gripe aviária dizimou milhares de aves nos Estados Unidos. Como consequência, os preços dos ovos bateram recordes no país, obrigando empresas e indústrias alimentícias a buscar alternativas no exterior. Foi nesse cenário que o Brasil se destacou, oferecendo um produto com qualidade, segurança sanitária e boa capacidade de fornecimento.

Entre janeiro e março, o Brasil exportou 2.705 toneladas de ovos aos EUA — um crescimento de mais de 346% em comparação ao mesmo período de 2024. Essa alta colocou o país à frente de antigos líderes no ranking de importadores, como os Emirados Árabes, Chile, Japão e México.

Produção nacional segura atrai compradores

Enquanto os Estados Unidos enfrentam dificuldades para controlar o surto, o Brasil se beneficia de um cenário sanitário estável. Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), não há registros de gripe aviária em granjas comerciais no Brasil.

Além disso, as exportações ainda representam apenas 1% do total da produção nacional, o que permite manter o abastecimento interno regular mesmo com o avanço das vendas ao exterior.

“Esse avanço mostra a força do setor avícola brasileiro e a confiança que conquistamos no cenário internacional”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Demanda global em alta pressiona preços internos

Embora a demanda externa represente uma conquista para o setor, o preço dos ovos também subiu no Brasil. Somente em março, o valor médio do produto aumentou 20% em relação a fevereiro, de acordo com o IBGE.

Três fatores explicam a alta:

  • O aumento da procura durante a Quaresma, período em que o consumo de carne costuma cair;

  • O calor intenso, que reduziu a produtividade das aves;

  • A elevação no custo do milho, principal insumo na ração dos animais.