
O mercado financeiro iniciou a semana com forte volatilidade, refletindo a incerteza sobre a política tarifária dos Estados Unidos. O dólar apresentou oscilações ao longo da manhã desta segunda-feira, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, operou em queda.
A instabilidade ocorre em meio à expectativa pelo anúncio do presidente Donald Trump, previsto para a próxima quarta-feira (2). Ele deve revelar os detalhes sobre as novas tarifas recíprocas que pretende aplicar a diversos países, o que pode desencadear uma nova fase da guerra comercial global.
Mercado financeiro reage com cautela
Os investidores acompanham de perto os desdobramentos das decisões do governo norte-americano. A possibilidade de tarifas mais altas sobre produtos importados pelos EUA preocupa economias de diferentes países, pois pode aumentar custos de produção, elevar a inflação e reduzir a atividade econômica.
Às 10h20, o dólar recuava 0,22%, sendo cotado a R$ 5,7472. Na sexta-feira, a moeda já havia registrado alta de 0,13%, fechando em R$ 5,7596. No acumulado do ano, o dólar ainda apresenta queda de 6,92%.
Enquanto isso, o Ibovespa caía 0,83%, chegando a 130.809 pontos. O índice recuou 0,94% na sexta-feira e, apesar da queda recente, ainda acumula valorização de 9,66% no ano.
O impacto das tarifas de Trump
Desde o início do ano, Trump tem reforçado sua promessa de impor tarifas recíprocas, alegando que os EUA sofrem com um desequilíbrio comercial desfavorável. Inicialmente, a ideia era focar a taxação em 10 a 15 países, mas no último fim de semana, ele afirmou que as tarifas devem atingir todas as nações.
Entre os principais alvos da nova política comercial estão México, Canadá, China e União Europeia. Esses países já enfrentam tarifas impostas pelos EUA em setores estratégicos, como aço, alumínio, automóveis e produtos agrícolas.
Reações internacionais e riscos globais
O mercado teme que essas medidas provoquem retaliações por parte dos países atingidos, desencadeando uma guerra comercial em grande escala. Essa disputa pode comprometer cadeias de suprimento globais e reduzir a competitividade das empresas.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou que as tarifas impostas pelos EUA podem ter um impacto negativo no crescimento da economia europeia. Segundo ela, a União Europeia precisa fortalecer sua independência econômica para evitar dependência excessiva do comércio com os Estados Unidos.
No cenário interno, economistas avaliam que o Brasil pode ser afetado caso produtos brasileiros sejam taxados, reduzindo exportações e impactando o setor agrícola e industrial. Além disso, o aumento da aversão ao risco leva os investidores a buscar ativos mais seguros, o que fortalece o dólar e pressiona moedas de países emergentes.