Pela primeira vez desde agosto, carne registra queda de preço nos supermercados

Pela primeira vez desde agosto, carne registra queda de preço nos supermercados
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A carne ficou mais barata nos supermercados em março, marcando a primeira queda de preço do produto desde agosto de 2024. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), o recuo foi de 0,77%, trazendo um alívio para os consumidores após meses de altas consecutivas.

Cortes com maior redução

Os consumidores que foram às compras em março puderam notar diferenças expressivas nos preços de alguns cortes. O peito bovino teve a maior redução, com queda de 3,63%, seguido pelo filé mignon, que ficou 3,10% mais barato. Por outro lado, alguns cortes registraram alta, como a picanha, que subiu 1,34%.

Por que a carne está mais barata?

Especialistas apontam dois principais motivos para a queda no preço da carne:

  • Condições climáticas favoráveis: A pecuária depende do pasto para alimentar o gado. Com chuvas mais regulares, a oferta de alimento natural aumentou, reduzindo os custos com ração e barateando a produção.
  • Valorizacão do real: A moeda brasileira se fortaleceu frente ao dólar, tornando a exportação da carne menos atrativa. Como resultado, houve maior oferta no mercado interno, o que ajudou a derrubar os preços.

Tendência de queda pode ser passageira

Apesar da queda atual, economistas alertam que a redução pode não durar muito tempo. Com a chegada do inverno, a redução das chuvas pode impactar o pasto, elevando novamente os custos de produção.

Segundo André Braz, economista da FGV, a tendência é que os preços continuem recuando nos próximos meses, mas voltem a subir a partir de junho. “Por enquanto, essa queda é uma boa notícia para os consumidores, mas precisamos acompanhar os próximos meses para entender se a tendência se manterá”, explicou.

Impacto no bolso dos brasileiros

Com a inflação dos alimentos pesando cada vez mais no orçamento familiar, a redução do preço da carne é um respiro para muitas pessoas. Em 2024, o valor da carne acumulou uma alta de 20,8%, o maior aumento anual desde 2019. Com esse histórico recente, qualquer queda representa uma oportunidade para os brasileiros equilibrarem suas contas.

O que esperar nos próximos meses?

A expectativa é que os preços sigam variando de acordo com a oferta e demanda. Se o real continuar forte e as condições climáticas permanecerem favoráveis, a carne pode manter valores mais acessíveis no curto prazo. No entanto, fatores como exportações e custos de produção ainda podem influenciar no valor final para os consumidores.