
O dólar iniciou o dia em alta nesta sexta-feira (28), refletindo o cenário de incerteza econômica global. Os mercados acompanham de perto a divulgação de novos indicadores de inflação nos Estados Unidos, além das recentes medidas protecionistas do governo de Donald Trump, que podem impactar o comércio mundial.
Nos Estados Unidos, o índice de despesas com consumo pessoal (PCE) registrou um aumento de 0,3% em fevereiro, acumulando uma alta de 2,5% em 12 meses. Esse dado veio dentro das expectativas do mercado, mas o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como energia e combustíveis, subiu 0,4%, acima do previsto.
O Federal Reserve (Fed), banco central americano, utiliza esse indicador como referência para suas decisões sobre taxas de juros. Com a inflação ainda pressionada, investidores temem que o Fed mantenha os juros elevados por mais tempo, reduzindo a liquidez no mercado e fortalecendo o dólar.
Tarifas de Trump elevam tensão no mercado
Outro fator que impacta o mercado é a política de tarifas de importação dos Estados Unidos. O governo Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre automóveis importados, que entrará em vigor a partir de 2 de abril. Além disso, há a expectativa de novas taxas recíprocas contra outros países.
Essas medidas protecionistas podem elevar os custos de diversos produtos, aumentando a inflação e reduzindo o poder de compra dos consumidores. Investidores temem que esse cenário afete a atividade econômica global, diminuindo o crescimento e pressionando os mercados financeiros.
Impacto no Brasil e nos mercados globais
No Brasil, a atenção do mercado também está voltada para a divulgação dos dados de emprego. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro. Apesar do aumento, o número de trabalhadores com carteira assinada atingiu um recorde de 39,6 milhões, o que traz um sinal positivo para a economia.
A bolsa de valores brasileira, no entanto, opera com volatilidade, refletindo o cenário externo. Os índices acionários na Europa e nos Estados Unidos também registram quedas, pressionados pelo impacto das tarifas americanas sobre o setor automotivo.
Perspectiva para os próximos dias
Às 09h55, o dólar operava em alta de 0,14%, cotado a R$ 5,76. O movimento reflete a busca por ativos mais seguros, já que a incerteza global faz com que investidores evitem mercados de maior risco.
Se os dados de inflação continuarem acima do esperado, o Fed pode manter sua postura mais rígida, dificultando uma queda nos juros no curto prazo. Isso pode manter o dólar valorizado e aumentar a volatilidade nos mercados emergentes, como o Brasil.