Mais pessoas sem trabalho: taxa de desemprego sobe para 6,8%

Taxa de desemprego é a menor da série histórica do mesmo período; entenda
Imagem: Reprpdução Flickr (@gabrieljabur)

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (28). O aumento reflete a maior busca por trabalho no início do ano, um movimento comum para o período.

Mais brasileiros procurando emprego

O índice atual representa um crescimento de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, quando a taxa de desocupação era de 6,1%, a menor já registrada desde o início da pesquisa, em 2012. Ainda assim, o índice segue 1,0 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

A população desocupada cresceu 10,4% em relação ao trimestre anterior, chegando a 7,5 milhões de pessoas. Esse número, no entanto, ainda é 12,5% menor do que o registrado no mesmo período de 2024.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, a alta no desemprego está dentro do esperado. “Esse aumento segue o padrão sazonal, pois no primeiro trimestre do ano há uma expansão na busca por trabalho”, explica.

Carteira assinada bate recorde

Apesar do aumento no desemprego, o mercado formal segue em crescimento. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu um recorde de 39,6 milhões, um avanço de 1,1% no trimestre e 4,1% no ano.

Já o número de trabalhadores sem carteira caiu 6,0% no trimestre, ficando em 13,5 milhões. O emprego no setor público também teve queda de 3,9%, totalizando 12,4 milhões de pessoas.

O trabalho por conta própria permaneceu estável, com 25,9 milhões de brasileiros atuando nesse regime.

Rendimento atinge maior valor já registrado

Mesmo com a oscilação no emprego, o rendimento médio dos trabalhadores bateu recorde. O salário habitual ficou em R$ 3.378, o maior valor da série histórica do IBGE, com um crescimento de 1,3% no trimestre e 3,6% no ano, já descontada a inflação.

Setores como Indústria e Serviços públicos foram os que mais impulsionaram esse aumento. “A redução da informalidade em algumas áreas levou a um aumento na proporção de ocupações formais, que costumam oferecer melhores salários”, destaca Beringuy.

Informalidade apresenta leve queda

A taxa de informalidade também caiu, passando de 38,7% para 38,1% da população ocupada. Isso significa que 39,1 milhões de brasileiros trabalham sem registro formal, um número ainda alto, mas em trajetória de queda.

Entre os trabalhadores domésticos, houve estabilidade, com cerca de 290 mil pessoas na função. Já os empregados no setor privado sem carteira assinada caíram em relação ao último trimestre.