A confiança do consumidor registrou uma leve melhora em março, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice subiu 0,7 ponto, atingindo 84,3 pontos e interrompendo um ciclo de três meses seguidos de queda.
Melhora tímida, mas significativa
O avanço do índice reflete uma percepção mais positiva sobre a situação econômica atual, especialmente entre famílias de renda mais alta. O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a visão dos consumidores sobre o presente, subiu 1,6 ponto, chegando a 81,0 pontos.
Já o Índice de Expectativas (IE), que avalia o que os brasileiros esperam para o futuro, teve alta discreta de 0,1 ponto, alcançando 87,4 pontos. Os números indicam que, apesar da leve recuperação, o cenário ainda não inspira total confiança.
Fatores que influenciaram a alta
O crescimento do índice foi impulsionado por uma melhora na avaliação da economia e na percepção sobre a situação financeira das famílias. A situação econômica atual subiu 0,8 ponto, enquanto a percepção da situação financeira familiar teve um salto de 2,4 pontos, atingindo 71,2 pontos.
No campo das expectativas, os consumidores demonstraram um pouco mais de otimismo. A previsão para a economia futura cresceu 0,7 ponto, chegando a 99,3 pontos. Já o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis avançou 4,5 pontos, atingindo 79,7 pontos.
Apesar da leve recuperação, fatores como inflação e juros altos continuam pesando no bolso das famílias. A recente alta da taxa Selic, que chegou a 14,25% ao ano, impacta diretamente o crédito e o consumo, tornando mais difícil uma recuperação sólida da confiança.
Além disso, o crescimento da confiança foi desigual. Enquanto consumidores de renda mais alta sentiram uma melhora, as faixas de menor renda ainda enfrentam dificuldades, especialmente devido ao impacto da inflação sobre itens básicos como alimentos.