A colheita da safra de milho avança pelo Brasil e já começa a impactar diretamente os preços do cereal, que vinham registrando altas expressivas. A maior disponibilidade do grão no mercado contribui para um movimento de desvalorização, trazendo alívio a setores que dependem do insumo, como a avicultura e a suinocultura.
Preços em queda com maior oferta
O levantamento mais recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que os preços do milho atingiram um pico de R$ 90,30 a saca em meados de março, mas começaram a recuar na segunda quinzena do mês. Em algumas regiões produtoras, a saca já registra desvalorização gradual, acompanhando o aumento da oferta.
Apesar disso, os pesquisadores do Cepea alertam que ainda existe uma retenção de produto por parte dos vendedores, o que pode limitar quedas mais expressivas no curto prazo. Muitos produtores priorizam a logística de colheita e o escoamento da soja, adiando a comercialização de milho.
Setor de proteínas monitora os preços
A recente alta do milho pressionou os custos da avicultura e da suinocultura, que dependem do grão para alimentação animal. Com a queda nas cotações, a expectativa é de um alívio na margem de lucro dos produtores de frango e suínos, que vinham enfrentando dificuldades para repassar os custos ao consumidor final.
No mercado do suíno vivo, os valores sofreram quedas sucessivas, acompanhando um aumento na oferta de animais. A competitividade da carne suína, em comparação ao frango e ao boi gordo, também caiu nos últimos meses, o que impacta as estratégias de precificação.
Os especialistas do Cepea destacam que o comportamento do mercado do milho dependerá de variáveis como demanda interna, exportações e clima. Se a safra continuar dentro das expectativas, a tendência é de que os preços sigam recuando gradualmente, beneficiando setores que consomem grandes volumes do grão.