Dólar sobe, mas segue caminho da terceira queda semanal consecutiva

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O dólar registrou uma alta de 0,78% nesta sexta-feira (21), atingindo R$ 5,7241 na venda. No entanto, apesar dessa recuperação pontual, a moeda americana segue o caminho de mais uma queda semanal. Esse movimento reflete uma semana de ajustes nos mercados, marcada por decisões de bancos centrais e fatores geopolíticos.

Fatores internos e externos influenciam a cotação

O destaque da semana foi a reunião do Federal Reserve (Fed), que manteve a taxa de juros dos EUA inalterada. Isso ajudou a dar suporte ao dólar, especialmente após as declarações de Jerome Powell, presidente do Fed. Powell reafirmou que não há pressa para cortar os juros nos Estados Unidos, mesmo com as expectativas de crescimento menor para o país em 2025. Essa abordagem do banco central dos EUA fortaleceu a moeda americana frente a outras divisas, incluindo o real.

Decisão do Copom e seus efeitos no Brasil

Aqui no Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também impactou o mercado. Na quarta-feira (19), o Copom decidiu aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a para 14,25% ao ano. Essa elevação ajudou a atrair mais recursos para o Brasil, criando um diferencial de juros mais favorável para o real em relação ao dólar. No entanto, o cenário fiscal do país ainda gera incertezas, com o mercado se mantendo atento a possíveis riscos.

Geopolítica também exerce pressão

A semana também foi marcada por uma inquietação geopolítica. O apetite por risco dos investidores aumentou no início da semana, após um telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, que gerou expectativas de uma possível trégua na guerra da Ucrânia. No entanto, as tarifas comerciais prometidas por Trump, que devem ser anunciadas em 2 de abril, continuam a preocupar os mercados. Essas tarifas podem ter um grande impacto nos mercados globais e nos investidores internacionais.

Expectativas para o futuro próximo

Com o dólar fechando a semana com alta pontual, as previsões para o restante do mês ainda indicam que a moeda continuará em queda. Dyego Galdino, CEO da Global 360 Invest, destacou que a incerteza sobre as tarifas comerciais e o cenário fiscal ainda influenciam os investidores. Para ele, o mercado deve manter a cautela, esperando por mais definições sobre as tarifas comerciais e a postura do governo brasileiro diante da fiscalidade.