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Bolsonaro tenta convencer Eduardo a voltar ao Brasil, mas enfrenta silêncio

Jair Bolsonaro || Crédito: Marcos Corrêa/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro tentou convencer o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, a retornar ao Brasil, mas não obteve sucesso. Eduardo tomou a decisão de permanecer nos Estados Unidos, pegando de surpresa a cúpula do Partido Liberal (PL) e seus aliados mais próximos.

Tentativas frustradas de contato

Bolsonaro soube da escolha do filho no último sábado (15), um dia antes do ato político no Rio de Janeiro em defesa da anistia para investigados dos atos de 8 de janeiro. Desde então, ele fez diversas ligações por áudio e vídeo, mas não recebeu resposta.

Fontes próximas ao ex-presidente relataram que Bolsonaro discorda da decisão e mobilizou aliados para tentar persuadir Eduardo a voltar. A ausência do deputado no evento político também gerou mal-estar entre seus colegas de partido.

Receio de Eduardo e apelo da família

Aliados afirmam que Eduardo teme que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa determinar a apreensão de seu passaporte ou, no pior cenário, uma possível prisão no futuro. No entanto, ele não é investigado nem responde a inquéritos.

Além da resistência do ex-presidente, a esposa de Eduardo, Heloísa Bolsonaro, também teria pedido para que o deputado ficasse nos EUA por mais quatro meses.

A decisão foi compartilhada com um grupo seleto de aliados, mas não chegou à bancada do PL na Câmara dos Deputados, o que causou surpresa e descontentamento entre seus pares.

Impacto político e o futuro no Senado

A permanência nos EUA pode afetar os planos de Eduardo para as eleições de 2026. O deputado é cotado para disputar uma vaga no Senado Federal, mas sua ausência do Brasil pode enfraquecer sua articulação política.

Integrantes do PL avaliam que Eduardo precisa fortalecer sua base eleitoral no país para garantir apoio em uma eventual candidatura. Sua ausência prolongada pode ser um obstáculo para o projeto político da família Bolsonaro.

Semelhanças com o passado

A situação lembra a experiência do próprio Jair Bolsonaro após a derrota eleitoral de 2022. Na época, o ex-presidente também foi para os Estados Unidos e permaneceu no país por meses, apesar dos alertas sobre possíveis investigações no Brasil.

Bolsonaro acabou voltando para evitar um enfraquecimento político, mas agora enfrenta um cenário parecido com o filho. A diferença é que, dessa vez, Eduardo parece resistir mais à ideia de retorno.

O deputado não se manifestou publicamente sobre os motivos da sua decisão.

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