
A semana começou com otimismo no mercado financeiro. O dólar recuou 0,99% nesta segunda-feira, fechando a R$ 5,6863, menor patamar desde novembro. Ao mesmo tempo, o Ibovespa subiu 1,46%, encerrando o dia aos 130.834 pontos, refletindo um cenário de maior apetite por ativos de risco.
Impacto da isenção do IR no mercado
Os investidores seguem atentos ao projeto de lei assinado pelo presidente Lula, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil mensais a partir de 2026. Atualmente, o limite está fixado em R$ 2.824. O governo estima que a medida terá um impacto de R$ 26 bilhões, e para compensar essa perda, planeja taxar os contribuintes que ganham mais de R$ 50 mil por mês.
O mercado ainda avalia como essa medida pode afetar as contas públicas e se haverá aprovação no Congresso. A possibilidade de novos impostos sobre os mais ricos trouxe alívio para os ativos brasileiros, impulsionando a bolsa e reduzindo a pressão sobre o dólar.
Expectativa para decisão de juros
Além do debate tributário, o mercado também monitora as próximas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O Banco Central brasileiro deve anunciar na quarta-feira um aumento da taxa Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano. O mercado espera um reajuste de 1 ponto percentual, o que levaria a Selic ao maior patamar desde o governo Dilma Rousseff.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) também divulgará sua decisão sobre juros. A expectativa é que a taxa seja mantida entre 4,25% e 4,50% ao ano, refletindo a necessidade de controle inflacionário sem desacelerar excessivamente a economia.
A chamada “Superquarta”, quando os bancos centrais dos dois países tomam decisões simultâneas, pode gerar volatilidade nos mercados. Juros elevados tornam o crédito mais caro, freando o consumo e ajudando a conter a inflação, mas também podem reduzir o crescimento econômico.
Outros fatores que movimentam o mercado
Além do cenário local, os investidores acompanham outros acontecimentos internacionais que podem influenciar o mercado:
- Política de tarifas de Donald Trump nos EUA: a possibilidade de um “tarifaço” pode aumentar a pressão sobre os preços e afetar o crescimento econômico global.
- Aumento da dívida na Alemanha: o parlamento alemão avalia uma proposta de elevação da dívida estatal para reforçar a defesa do país, o que pode impulsionar a economia europeia.
- Medidas de incentivo na China: Pequim anunciou um plano de ação para estimular o consumo, com subsídios para habitação, turismo e direitos trabalhistas, o que pode impactar os mercados emergentes.