Governo planeja elevar etanol na gasolina e promete reduzir preços em 2025

Gasolina encarece 10% em 2024 mesmo com apenas um reajuste
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo federal pretende aumentar para 30% a quantidade de etanol anidro na gasolina comum ainda em 2025. A informação foi confirmada ao g1 pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que acredita na rápida implementação da mudança.

Combustível pode ficar mais barato

A principal justificativa para o aumento da mistura é a redução do preço da gasolina. Segundo o ministro, o etanol tem custo mais baixo em comparação à gasolina pura, o que pode gerar um impacto direto para os consumidores.

“Ao aumentar a participação do etanol, conseguimos um combustível mais barato e ambientalmente mais sustentável”, afirmou Silveira.

Menor dependência de importação

Além do impacto nos preços, o governo avalia que a mudança pode tornar o Brasil menos dependente de combustíveis importados. Atualmente, a gasolina vendida no país já contém 27% de etanol, mas a nova política energética permitiria elevar esse percentual ao máximo previsto em lei.

Com menos necessidade de importar combustíveis fósseis, o país poderia revisar sua política de precificação. Hoje, o valor da gasolina segue as oscilações do mercado internacional e o câmbio do dólar.

Estudos técnicos garantem segurança

Os estudos conduzidos pelo Instituto Mauá apontam que a nova composição da gasolina é viável e segura. O ministro garantiu que o aumento do etanol não causará problemas mecânicos para os veículos flex.

Além disso, a indústria automobilística participou dos testes, que confirmaram que carros movidos a gasolina pura também podem operar sem dificuldades com a nova mistura.

Resistência no setor de combustíveis

Apesar dos benefícios apontados pelo governo, a proposta enfrenta resistência. Um projeto de lei do deputado Marcos Pollon propõe permitir que postos vendam gasolina sem etanol. Além disso, distribuidoras de combustíveis pediram à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a suspensão da obrigatoriedade da mistura de biodiesel no diesel por 90 dias.

Silveira criticou a possibilidade de enfraquecimento do setor de biocombustíveis. “Seria destruir uma indústria que o Brasil levou 50 anos para consolidar”, declarou.