Dólar tem queda e encerra semana com oscilações no mercado financeiro

Ibovespa sobe enquanto dólar cai diante de anúncio de Trump sobre tarifas
Imagem: Reprodução / Valter Campanato / Agência Brasil

O dólar opera em baixa nesta sexta-feira, refletindo a reação do mercado aos novos indicadores econômicos divulgados no Brasil e nos Estados Unidos. A semana foi marcada por fortes oscilações, com investidores ajustando projeções para a política monetária global.

Câmbio e bolsa de valores

Por volta das 11h45, o dólar registrava queda de 1,22%, sendo cotado a R$ 5,7306. O movimento representa uma correção após dias de maior volatilidade no mercado cambial. Na véspera, a moeda americana já havia registrado leve baixa de 0,11%, fechando a R$ 5,8012.

Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), segue em alta de 1,81%, atingindo 127.916 pontos. O desempenho positivo do mercado acionário reflete uma leve melhora no sentimento dos investidores.

Impacto dos indicadores econômicos

No Brasil, o comércio varejista registrou uma queda de 0,1% em janeiro, segundo dados do IBGE. O resultado já era esperado pelo mercado e sugere um período de estabilidade no setor após meses de crescimento. Mesmo com o recuo, o varejo acumula alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nos Estados Unidos, o mercado aguarda a divulgação do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan, um dos principais termômetros do otimismo econômico no país. A expectativa é que o indicador aponte uma leve redução na confiança, refletindo as incertezas sobre a inflação e os juros americanos.

Inflação e política monetária

A inflação nos Estados Unidos continua sendo um ponto de atenção para os mercados globais. Nesta semana, foi divulgado que o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,2% em fevereiro, abaixo das projeções do mercado. O dado reforça a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) mantenha uma postura mais cautelosa sobre eventuais aumentos nas taxas de juros.

Outro fator que influencia as decisões do Fed é o índice de preços ao produtor, que ficou estável em fevereiro após uma alta de 0,6% em janeiro. Como esse indicador antecipa a tendência dos preços ao consumidor, a desaceleração pode indicar um alívio na inflação ao longo dos próximos meses.

Tarifas e tensões comerciais

As tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros continuam no radar dos investidores. O presidente Donald Trump reforçou suas ameaças tarifárias, afirmando que os EUA podem impor taxas de 200% sobre vinhos e champanhes importados da União Europeia, caso o bloco não suspenda a tarifa de 50% sobre o whisky americano.

Além disso, entraram em vigor nesta semana novas tarifas de 25% sobre aço e alumínio importados pelos EUA. A medida gerou forte reação de países como Canadá e Brasil, que estudam formas de minimizar os impactos para suas indústrias.