
Em 2024, a economia brasileira apresentou um crescimento de 3,4%, o maior desde 2021, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi comemorado, com a expansão econômica refletindo uma recuperação sólida em diversos setores.
O PIB do Brasil chegou a R$ 11,7 trilhões, impulsionado por uma combinação de fatores positivos, principalmente no setor de serviços e indústria. O aumento de 3,7% nos serviços e 3,3% na indústria ajudaram a consolidar o crescimento, mesmo com o setor da agropecuária enfrentando uma queda de 3,2%. Isso é resultado de condições climáticas adversas, que afetaram cultivos essenciais, como a soja e o milho.
Destaques por setor
O setor de serviços, especialmente nas outras atividades de serviços, teve um desempenho notável, crescendo 5,3%. A indústria de transformação também se destacou, com uma alta de 3,8%. Dentro da indústria, o maior impulso veio da construção, que obteve uma expansão de 4,3%. O comércio, que também aumentou 3,8%, representou uma parte significativa do crescimento geral.
Por outro lado, a agropecuária teve um ano difícil. Após um aumento expressivo de 16,3% em 2023, o setor recuou devido aos efeitos climáticos. A soja e o milho, principais produtos agrícolas do Brasil, registraram quedas de 4,6% e 12,5%, respectivamente.
Consumo e investimentos
Pelo lado do consumo, o consumo das famílias se destacou com uma alta de 4,8%, reflexo de uma combinação de fatores favoráveis, como programas de transferência de renda e a melhoria do mercado de trabalho. A taxa de desemprego caiu para 6,6%, o menor nível já registrado, o que contribuiu para o aumento da confiança da população e a expansão do consumo.
Os investimentos, representados pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), também apresentaram um crescimento robusto de 7,3%. No entanto, devido ao seu peso menor no cálculo do PIB, o impacto no resultado geral foi inferior ao do consumo das famílias.
Desafios e perspectivas
Apesar do crescimento, o último trimestre de 2024 mostrou sinais de estabilidade, com um aumento modesto de 0,2% no PIB. Isso se deve ao aumento da inflação e ao impacto do aumento da taxa de juros, que, embora necessária para combater a alta de preços, tem um efeito de contenção na atividade econômica.
De acordo com Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, o quarto trimestre foi marcado por uma leve aceleração da inflação, especialmente nos preços de alimentos. A elevação da taxa de juros em setembro também teve um papel importante na desaceleração do crescimento econômico nesse período.
O PIB per capita do Brasil alcançou R$ 55.247,45, um aumento de 3% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação.