Plano emergencial contra incêndios é lançado com reforço histórico de brigadistas

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e posse dos novos conselheiros. | Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O governo federal publicou, nesta sexta-feira (28), uma portaria que declara estado de emergência em áreas do país mais vulneráveis a incêndios florestais. A medida busca fortalecer o combate ao fogo, estabelecendo um plano estratégico que considera a evolução do clima e o risco de queimadas ao longo do ano.

Medidas de combate ao fogo

A portaria autoriza a implementação de ações preventivas, adaptadas às condições de cada bioma, além da contratação de brigadistas especializados. Entre eles, estão agentes indígenas e quilombolas, que possuem conhecimento territorial e podem contribuir diretamente para conter o avanço do fogo.

Segundo João Paulo Capobianco, secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, essa é a primeira vez que o país terá um planejamento faseado para lidar com incêndios. “As ações serão executadas de forma integrada com outros órgãos e governos estaduais”, afirmou.

Regiões mais afetadas

A lista de áreas incluídas no estado de emergência é extensa e abrange diversos estados. Entre os locais mais afetados, estão:

  • Amazônia, incluindo regiões do Amazonas, Pará e Amapá
  • Cerrado, com forte impacto em Mato Grosso, Goiás e Tocantins
  • Pantanal, que enfrenta seca severa em Mato Grosso do Sul
  • Caatinga, onde estados como Bahia, Ceará e Pernambuco registram aumento nos focos de incêndio

Cada local tem um período específico de emergência, conforme o nível de risco identificado para 2025 e 2026.

Reforço no efetivo de brigadistas

Além das medidas emergenciais, o governo anunciou um reforço significativo no número de brigadistas. O total de profissionais destinados ao combate ao fogo será de 4,6 mil, representando um aumento de 25% em relação ao ano passado.

Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, destacou que o plano emergencial detalha ações específicas para cada bioma e prevê uma atuação coordenada entre diferentes frentes. “O fogo não tem dono, então é essencial uma estratégia integrada entre Ibama, ICMBio e governos locais”, explicou.

Recorde de queimadas no Brasil

O avanço dos incêndios no país preocupa especialistas. De acordo com dados do MapBiomas, em 2024, o Brasil perdeu mais de 30,8 milhões de hectares para as queimadas – um território maior que a Itália. Esse número representa um aumento de 79% em relação a 2023, sendo a maior área queimada registrada desde 2019.