A Procuradoria-Geral da República (PGR) segue examinando novas frentes de investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Depois de apresentar denúncia pela tentativa de golpe de Estado, a instituição agora analisa as acusações sobre a falsificação de cartões de vacinação e a venda irregular de joias recebidas pelo governo brasileiro.
PGR pode apresentar novas denúncias ainda este ano
Segundo fontes ligadas ao procurador-geral Paulo Gonet, a expectativa é que a análise dos casos seja finalizada ainda no primeiro semestre. Se os elementos forem considerados suficientes, novas denúncias contra Bolsonaro devem ser apresentadas até junho.
Inicialmente, a PGR cogitou unir os três casos em uma denúncia única. No entanto, Gonet decidiu fatiar as investigações, priorizando, em um primeiro momento, a acusação referente à tentativa de golpe. No documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), não há qualquer menção às vacinas ou às joias.
Agora, a Procuradoria avalia os relatórios da Polícia Federal (PF) para decidir se oferecerá novas denúncias, se solicitará novas diligências ou se pedirá o arquivamento das investigações.
Delação reforça suspeitas contra Bolsonaro
O avanço das investigações ganhou força após a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. No depoimento à Polícia Federal, Cid afirmou que a ordem para a falsificação de dados nos cartões de vacinação partiu do próprio ex-presidente.
Além disso, ele relatou que Bolsonaro recebeu US$ 18 mil da venda de joias sauditas nos Estados Unidos. Segundo Cid, o valor total arrecadado com a negociação foi de US$ 86 mil, mas os pagamentos foram fracionados para evitar que as transações levantassem suspeitas.