
O governo brasileiro acompanha com atenção a decisão do presidente Donald Trump de aplicar uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, medida que pode afetar diretamente a indústria brasileira. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que, caso a nova tarifa se confirme, haverá reciprocidade na aplicação de impostos a produtos americanos.
Setor brasileiro pode ser fortemente impactado
Os Estados Unidos representam uma parte significativa das exportações brasileiras de ferro fundido, ferro e aço, correspondendo a 18% do total vendido pelo Brasil ao exterior em 2023. Naquele ano, o Brasil foi o terceiro maior fornecedor de aço para os EUA, ficando atrás apenas de Canadá e México. Com a nova tarifa, empresas do setor temem queda na demanda e possíveis perdas econômicas.
Até o momento, os ministérios da Fazenda, das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) optaram por não comentar oficialmente o caso, aguardando o pronunciamento formal de Trump.
Lula reforça posição de retaliação
Mesmo sem um posicionamento imediato do governo, Lula já havia antecipado sua postura em entrevista no fim de janeiro. O presidente deixou claro que, caso os produtos brasileiros sejam taxados, haverá uma resposta equivalente contra os produtos americanos. Segundo ele, essa é uma questão de soberania e de manter relações comerciais justas.
“Se ele (Trump) taxar os produtos brasileiros, vamos taxar os produtos americanos. Simples assim. Já governei o Brasil com presidentes republicanos e democratas, e minha relação com os Estados Unidos sempre foi de igual para igual“, afirmou Lula.
Outros países também sofrem com tarifas
Desde o início de seu novo mandato, Trump tem adotado medidas protecionistas, aplicando tarifas sobre produtos do Canadá, México e China. Os dois primeiros negociaram com os EUA uma suspensão temporária dessas tarifas, enquanto a China respondeu com novas tarifas de 10% a 15% contra os norte-americanos.
A preocupação também chegou à União Europeia, cujos representantes já pediram reuniões para discutir possíveis impactos das políticas comerciais de Trump. O receio é que novas barreiras tarifárias se estendam a outros setores e ampliem disputas comerciais globais.