A fome extrema se espalha rapidamente por Gaza, deixando milhões de palestinos em uma situação desesperadora. Diante do agravamento da crise, o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU pediu mais apoio da comunidade internacional para manter o fornecimento de suprimentos básicos.
Envios de alimentos aumentam, mas são insuficientes
Desde o início do cessar-fogo em 19 de janeiro, o PAM enviou mais de 15 mil toneladas de alimentos, alcançando cerca de 525 mil pessoas. O fornecimento incluiu pacotes de comida, refeições quentes e apoio financeiro para famílias em situação de vulnerabilidade. Além disso, a organização mantém 22 padarias ativas na região, fornecendo farinha e combustível para sustentar a produção de pães.
Apesar do avanço na distribuição, a ONU alerta que a assistência atual não supre a demanda. O número de pessoas em fome severa já ultrapassa 1,1 milhão, configurando a maior crise alimentar da história do território.
Cenário de devastação e deslocamento forçado
Os impactos do conflito são visíveis em toda a Faixa de Gaza. Cerca de 90% da população, estimada em 2,3 milhões de pessoas, foi forçada a abandonar suas casas. Muitas vivem em acampamentos superlotados, sem acesso a água potável, saneamento básico e assistência médica adequada.
A deterioração das condições de vida também compromete a reconstrução da economia local. O PAM alerta que, além da distribuição emergencial de alimentos, é necessário um plano de recuperação que inclua apoio à agricultura, pesca e mercados locais para garantir a segurança alimentar a longo prazo.
Apoio internacional pode evitar uma tragédia ainda maior
O diretor executivo adjunto do PAM, Carl Skau, enfatizou a importância de manter o fluxo de doações para evitar um colapso total. Ele reforçou que a ajuda precisa abranger setores essenciais além da alimentação, como água, saúde e infraestrutura básica.
Especialistas em segurança alimentar alertam que, sem ações imediatas e sustentáveis, a situação pode se tornar ainda mais grave. A ONU continua pressionando governos e entidades humanitárias para ampliarem seus esforços e impedirem que a crise humanitária em Gaza se transforme em uma tragédia irreversível.