Q&A com Luiza Mallmann, diretora criativa da Ryzí

Revista Poder bateu um papo exclusivo com Luiza Mallmann, diretora criativa da Ryzí, sobre sua trajetória e os planos da marca para o futuro

Criar uma marca e fazer com que ela seja reconhecida apenas pelo seu DNA, sem a necessidade de logos, é uma tarefa desafiadora. Para que isso aconteça naturalmente, a identidade visual da label precisa ser coesa e muito forte. Conhecida por sua estética única, a Ryzí é referência no assunto!

Fundada por Luiza Mallmann há cinco anos, a grife brasileira de design com foco em itens handmade em couro possui um DNA único, que traz elementos geométricos tridimensionais, inspirados em origamis. A partir de uma estética conceitual singular, com peças dignas de obra de arte, a label vem ganhando cada vez mais espaço no mercado de moda – tanto nacional quanto internacional –, principalmente por conta de sua veia sustentável, com sua produção upcycling, e suas collabs com importantes players do mercado, como Swarovski, Neriage, Alexandre Herchcovitch e Turma da Mônica.

Para conhecer sua trajetória e a estratégia por trás do sucesso, conversamos com a empresária, que deu alguns spoilers e dividiu seu processo de criação conosco.

A Ryzí conta com uma trajetória de sucesso nesses cinco anos de existência. O que podemos esperar da marca para os próximos cinco anos?

Durante esses cinco anos, a Ryzí se tornou uma interpretação de como enxergo o mundo! O time criativo da marca sempre olhou para dentro e para fora, o que fez com que juntássemos muitas referências, mas mantivéssemos sempre o DNA da marca intacto – com o 3D e origamis liderando as criações. Então, para a próxima meia década, a ideia é alcançar novos lugares com o nosso design e perpetuar nossa identidade nas experiências de todos que fazem parte do universo Ryzí.

Dois dos principais pilares da marca são a criação de collabs e a produção upcycling. Qual a estratégia por trás dessas escolhas?

Não acredito em nada pensado sozinho! Valorizamos muito a união de identidades diferentes e estamos sempre observando outras formas de criar. Como a Ryzí apresenta uma identidade única, mesclá-la com ideias de outros designers traz muita originalidade e quase uma exclusividade aos produtos desenvolvidos em collabs. Desde que criei a marca, o upcycling sempre foi presente nas nossas produções. Estabeleci desde o início que não queria que nenhuma parte do nosso produto fosse descartada. Essa estratégia, além de diminuir a quantidade de lixo e contribuir para um planeta melhor, norteia a imaginação e adaptação de produtos com outros estilistas!

No último ano, vocês se transformaram em uma marca de design, com produtos para decoração. Para quais outros segmentos vocês desejam expandir?

Na realidade, a Ryzí nasceu como uma marca de design. Sempre quisemos aplicar o nosso 3D e origami em vários produtos. Finalmente, depois de cinco anos, nos sentimos prontas o suficiente para isso! Em 2024, nos arriscamos e fizemos alguns testes com sapatos e artigos de casa, surgindo até a linha Home, que agora é fixa da marca. Para os próximos passos e coleções, desejamos explorar diferentes segmentos, como acessórios, por exemplo. Prometo várias surpresas ao longo do ano!

Desde a fundação da marca, seu processo criativo mudou? Quais são suas principais fontes de inspiração?

O processo criativo é algo intuitivo, que depende muito do momento e da situação. Depois de cinco anos no mercado, aprendemos a sensibilizar o olhar e encontrar inspirações em diferentes lugares. Às vezes, pode vir de uma música, de um insight que uma cliente trouxe, de um livro… sempre parte de uma forma muito singular, então é algo que, atualmente, busco não me restringir. Depois do primeiro ano de Ryzí, fiquei muito presa na ideia “do que eu podia criar e o que eu não podia”. Existem momentos na vida de quem trabalha com criatividade em que a visão parece limitada e não há o que fazer – o famoso bloqueio criativo. Mas quanto mais repertório e experiências o artista vive, essas dificuldades diminuem e finalmente a autenticidade se mostra presente.

Por fim, se fosse para definir a Ryzí em uma frase, qual seria?

Pode ser apenas uma palavra? DESIGN.