Aperto no crédito e risco de inadimplência crescem com alta da Selic

Aperto no crédito e risco de inadimplência crescem com alta da Selic
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A nova alta dos juros anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) já começa a afetar consumidores e empresas em todo o Brasil. Com a taxa Selic no maior patamar desde setembro de 2023, o acesso ao crédito deve ficar mais difícil, e o risco de endividamento tende a crescer.

Crédito mais caro e restrito

A decisão do Banco Central tem um impacto direto no custo dos financiamentos. Com juros mais altos, empréstimos para casas, carros e empresas ficam mais caros. Além disso, bancos e financeiras tendem a ser mais rígidos na concessão de crédito, exigindo renda maior e análise mais detalhada dos clientes.

Para as famílias, isso significa menos espaço no orçamento. O cartão de crédito e o cheque especial, que já possuem taxas elevadas, devem pesar ainda mais no bolso dos brasileiros. Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro, a situação exige atenção:

“Com a Selic mais alta, as parcelas sobem e muitas pessoas podem ter dificuldades para manter os pagamentos em dia. Isso pode elevar a inadimplência, dificultando ainda mais o acesso ao crédito no futuro.”

Inflação e perda de poder de compra

Além do crédito mais caro, a inflação segue como um desafio para os consumidores. Mesmo com a tentativa de controle por meio da Selic, os preços de itens essenciais continuam pressionando o orçamento das famílias.

De acordo com Merula Borges, especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), esse cenário pode levar a uma desaceleração do consumo:

“Muitas famílias já estão comprometendo boa parte da renda com despesas básicas. Agora, com os juros mais altos, sobra menos dinheiro para compras e lazer, o que pode afetar o comércio e o setor de serviços.”

Como evitar o endividamento?

Com o cenário mais difícil, especialistas recomendam planejamento financeiro e atenção ao orçamento. Algumas dicas podem ajudar a evitar problemas com dívidas:

  • Revise o orçamento: analise todas as suas despesas e corte gastos desnecessários.
  • Evite compras parceladas: com os juros mais altos, o custo final pode ser muito maior do que o esperado.
  • Priorize o pagamento de dívidas: foque nas contas com juros mais elevados, como cartão de crédito e cheque especial.
  • Negocie prazos e condições: se já estiver endividado, tente renegociar valores e buscar taxas mais baixas.
  • Evite novos empréstimos: recorrer a crédito para pagar dívidas antigas pode criar um efeito bola de neve.