O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, sofreu um impacto significativo após a propagação de fake news sobre uma suposta nova taxação. Na primeira quinzena de janeiro, a quantidade de transferências caiu 13,4% em relação a dezembro, refletindo a desconfiança dos usuários. Entretanto, na terceira semana do mês, os números voltaram a crescer e se aproximaram da média histórica, segundo dados do Banco Central.
Fake news causou desconfiança e alterou comportamento dos usuários
A origem da queda nas transações foi a desinformação espalhada nas redes sociais sobre uma suposta taxação do Pix pelo governo. Muitas pessoas temeram cobranças extras e optaram por outras formas de pagamento. A confusão gerou fraudes e golpes, como a emissão de boletos falsos para cobrança de impostos e a prática ilegal de preços diferenciados para quem pagava via Pix.
Para conter os boatos, o governo esclareceu que não haveria tributação e revogou a norma que modernizava a fiscalização de pagamentos. Além disso, editou uma medida provisória reforçando a isenção de impostos e o sigilo bancário do sistema.
Volume de transferências se recupera e segue tendência de normalização
A reviravolta aconteceu entre os dias 16 e 27 de janeiro, quando o volume de transações voltou a subir 0,24% em relação ao mesmo período de novembro, alcançando 1,923 bilhões de transferências. Embora ainda abaixo dos números de dezembro, mês marcado por altas sazonais devido ao pagamento do 13º salário e compras de Natal, o dado indica que a confiança dos usuários está sendo restabelecida.
O próprio Banco Central reforçou que a comparação com dezembro pode ser enganosa, já que o final de ano tem volumes atipicamente elevados. Dessa forma, a análise mais justa é feita com base no mesmo período de novembro, o que confirma que o Pix está voltando à normalidade.