Dólar cai abaixo de R$ 5,90 e mercado financeiro tem dia de ajustes

Decisão do Copom reduz dólar e fortalece a moeda brasileira
Foto: Valter Campanato/ Agencia Brasil

O mercado financeiro teve um dia de ajustes nesta terça-feira (28). O dólar comercial caiu pelo sétimo pregão consecutivo, fechando abaixo de R$ 5,90 pela primeira vez em dois meses. Já a bolsa de valores, que começou o dia estável, encerrou em baixa, puxada pelo desempenho fraco das mineradoras e por um movimento de realização de lucros.

Dólar cai com influência do cenário externo

A moeda americana fechou o dia cotada a R$ 5,869, registrando uma queda de 0,73%. Durante o pregão, chegou a atingir R$ 5,85, menor valor desde novembro do ano passado. No acumulado de 2025, o dólar já caiu 5,02%, um movimento que anima investidores.

O principal fator externo para essa desvalorização foi o adiamento da adoção de tarifas comerciais pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida reduziu a procura global pelo dólar, favorecendo moedas de países emergentes, como o real brasileiro.

Bolsa sofre com mineradoras e realização de lucros

Se por um lado o dólar caiu, o Ibovespa, principal índice da B3, fechou em baixa de 0,65%, aos 124.055 pontos. O movimento negativo foi motivado por dois fatores principais:

  • A queda no preço do minério de ferro, que derrubou as ações das mineradoras listadas na bolsa.
  • A realização de lucros, com investidores vendendo ações que se valorizaram no dia anterior.

Esse segundo fator ocorreu porque, na segunda-feira (27), o Ibovespa havia fechado no maior nível em 45 dias, incentivando parte do mercado a embolsar ganhos antes de novos ajustes.

Arrecadação recorde traz otimismo para o câmbio

Além do cenário externo, um fator interno também contribuiu para a queda do dólar. O governo divulgou que a arrecadação federal bateu recorde em 2024, totalizando R$ 2,65 trilhões, um aumento de 9,6% acima da inflação em relação ao ano anterior.

A notícia trouxe mais confiança ao mercado, afastando preocupações sobre o ajuste fiscal do país. Com isso, investidores viram menos necessidade de se protegerem comprando dólares, favorecendo a valorização do real.