Pressão econômica dos EUA faz Colômbia aceitar acordo sobre imigrantes deportados

Pressão econômica dos EUA faz Colômbia aceitar acordo sobre imigrantes deportados
Imagem: Reprodução / X @SergioAJBarretto

As tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a Colômbia chegaram a um novo capítulo após um acordo controverso anunciado no último domingo. Sob pressão econômica e ameaças de sanções, o governo colombiano aceitou a retomada dos voos de deportação de imigrantes colombianos, incluindo o uso de aeronaves militares norte-americanas.

Acordo após semanas de negociações

A negociação, que vinha se arrastando por semanas, foi impulsionada por ameaças diretas do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Ele havia anunciado tarifas emergenciais de 25% sobre todas as importações colombianas, além de sanções de visto contra autoridades e cidadãos do país. A Colômbia inicialmente resistiu, mas acabou cedendo após a intensificação das medidas econômicas e diplomáticas.

De acordo com a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, o acordo prevê a aceitação irrestrita de imigrantes deportados. “A Colômbia permitiu o retorno dos deportados, sem limitações ou atrasos, inclusive em voos militares dos Estados Unidos. Estamos monitorando de perto para garantir o cumprimento do acordo”, afirmou.

Repercussão em Bogotá

O presidente colombiano, Gustavo Petro, inicialmente criticou a postura norte-americana, especialmente o uso de aviões militares. No entanto, ele abriu espaço para negociações ao sugerir que os repatriados fossem transportados por aeronaves civis. Mesmo com essa condição, as pressões econômicas pesaram mais, levando à aceitação dos voos militares.

Petro, em sua defesa, enfatizou a necessidade de respeitar os direitos humanos dos imigrantes e prometeu vigilância sobre o processo. “Não permitiremos que colombianos sejam tratados como criminosos. Nosso compromisso é garantir dignidade e respeito”, declarou nas redes sociais.

Implicações econômicas e diplomáticas

Apesar do avanço nas negociações, as relações entre os dois países permanecem abaladas. Os Estados Unidos suspenderam temporariamente as tarifas comerciais, mas sanções de visto contra autoridades colombianas e medidas de inspeção alfandegária continuam em vigor. Essas ações refletem a postura firme do governo norte-americano em relação à política de imigração.

Por outro lado, a Colômbia também adotou medidas internas. O governo anunciou campanhas para incentivar cidadãos norte-americanos vivendo de forma irregular no país a regularizarem sua situação. “Acreditamos na liberdade e no respeito mútuo. Não faremos operações para deportar cidadãos americanos, mas pedimos que regularizem suas estadias”, afirmou Petro.