Avaliação negativa de Lula ultrapassa positiva pela primeira vez

Lula convoca ministros e reforça urgência de entregas e correção de erros
Imagem: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um levantamento divulgado pela Genial/Quaest nesta segunda-feira (27) revelou que a aprovação do presidente Lula registrou uma queda inédita. O estudo, que ouviu 4.500 pessoas entre os dias 23 e 26 de janeiro, destaca que a desaprovação ao governo ultrapassou pela primeira vez o número de apoiadores.

A pesquisa aponta que 49% dos entrevistados desaprovam a atuação de Lula, enquanto 47% a aprovam. A margem de erro é de um ponto percentual, mas o movimento sinaliza insatisfação crescente. Comparado a dezembro do ano passado, a aprovação caiu cinco pontos percentuais, enquanto a rejeição subiu dois.

Efeitos da crise do Pix

A chamada “crise do Pix” foi um dos fatores que mais influenciaram na mudança de opinião da população. O descontentamento com promessas de campanha não cumpridas também apareceu como ponto crítico: 65% dos entrevistados acreditam que o presidente não está entregando o que prometeu.

Além disso, o aumento no preço dos alimentos é um dos maiores motivos de reclamação. Em outubro, 65% dos brasileiros já percebiam alta nos preços de mercado. Agora, esse número subiu para 83%.

Desigualdades regionais e sociais

Os resultados mostram diferenças claras entre regiões e grupos sociais. O Nordeste, historicamente mais favorável a Lula, registrou uma queda significativa na avaliação positiva, de 67% para 59%. Por outro lado, no Sul, a rejeição subiu para 59%.

Entre os evangélicos, a desaprovação chegou a 59%, e entre os moradores da região Sudeste, a avaliação positiva caiu de 44% para 42%. Grupos com rendas mais altas e pessoas autodeclaradas brancas também foram mais críticos à gestão.

Apesar disso, o levantamento mostra que o presidente ainda mantém apoio sólido entre autodeclarados pretos, moradores do Nordeste e pessoas com renda mais baixa. Esses grupos seguem avaliando o governo de forma mais positiva.

Percepções econômicas contrastantes

Sobre a economia, 39% dos entrevistados afirmaram que a situação piorou, enquanto 32% disseram que “ficou do mesmo jeito” e 25% acreditam que melhorou. Houve também uma percepção de que a economia está estagnada, com um número crescente de pessoas sentindo pouca diferença em relação ao ano anterior.