Após semanas de incertezas no mercado financeiro, o dólar apresentou uma forte queda nesta quinta-feira (23), sendo negociado a R$ 5,89 no Brasil. Esse valor representa o menor patamar desde novembro e reflete uma combinação de fatores que moldam os mercados globais.
A influência de Trump nas negociações
O principal tema que movimenta as bolsas e o câmbio é a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às tarifas comerciais. Durante a semana, Trump reafirmou que pretende aplicar uma alíquota de 10% sobre produtos da China e da União Europeia. Além disso, ele considerou tarifas de até 25% contra o México e o Canadá.
Essas declarações geraram receios iniciais no mercado, mas a falta de ações concretas e o anúncio de tarifas menos severas do que o esperado abriram espaço para uma maior valorização do real frente ao dólar. Com isso, os investidores reagiram de forma mais otimista.
Dados econômicos e reação dos investidores
Nos Estados Unidos, a divulgação de novos dados de auxílio-desemprego atraiu atenção. O número de pedidos ficou próximo das expectativas dos economistas, o que reforçou a visão de estabilidade no mercado de trabalho americano. Esse cenário reduz a probabilidade de mudanças abruptas na política monetária pelo Federal Reserve (Fed).
Enquanto isso, no Brasil, o mercado financeiro foca em indicadores locais, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que será divulgado nesta sexta-feira. Esse dado, considerado uma prévia da inflação oficial do país, pode influenciar as decisões sobre a taxa Selic nas próximas reuniões.
Impacto no Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, reflete as incertezas globais. Após oscilar entre altas e baixas ao longo do dia, o índice encerrou o pregão com leve queda de 0,12%, aos 122.819 pontos. Mesmo assim, o Ibovespa acumula ganhos semanais, o que demonstra um otimismo moderado entre os investidores.
Perspectivas
Os analistas destacam que o comportamento do dólar nas próximas semanas dependerá das negociações comerciais entre os Estados Unidos e outros países. Além disso, os mercados observarão com atenção novos dados econômicos globais.
Com a agenda econômica internacional relativamente vazia, a participação de Donald Trump no Fórum Econômico Mundial, em Davos, também pode gerar desdobramentos. Declarações mais duras ou conciliadoras podem impactar diretamente o humor dos mercados.