Argentina pode negociar com EUA sem sair do Mercosul, afirma Milei

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Reprodução: Instagram (@javiermilei)

O presidente da Argentina, Javier Milei, ajustou sua posição em relação à possível saída do país do Mercosul para negociar diretamente com os Estados Unidos. Após declarações polêmicas, Milei afirmou que há maneiras de avançar em acordos bilaterais sem comprometer a aliança regional.

Em conversa com jornalistas brasileiros durante o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, Milei destacou a importância de preservar os interesses argentinos. “Vamos trabalhar pela Argentina e para o melhor dos argentinos. Há formas de negociar sem romper com o Mercosul”, disse.

Declaração inicial causou reações

Na quarta-feira (22), o presidente argentino indicou à Bloomberg que a Argentina poderia abandonar o bloco caso isso fosse necessário para fechar um acordo com os EUA. A fala gerou preocupações entre os parceiros do Mercosul, uma vez que as regras atuais do bloco impedem negociações bilaterais de livre comércio sem o consenso de todos os integrantes.

A declaração colocou em evidência a tensão entre os objetivos econômicos individuais de alguns países e o compromisso coletivo do Mercosul.

Alternativas para avançar com os EUA

Apesar das restrições atuais, Milei defendeu uma flexibilização nas regras do bloco. Ele sugeriu que cada país tenha a liberdade de negociar acordos comerciais bilaterais, sem que isso implique o abandono do grupo.

“É possível encontrar soluções que respeitem a autonomia dos países e, ao mesmo tempo, fortaleçam as parcerias regionais”, afirmou Milei. Essa proposta já foi tema de debates anteriores no bloco, especialmente após o Uruguai tentar avançar individualmente em um acordo comercial com a China, sem sucesso devido às mesmas restrições.

Impacto na relação com o Mercosul

A fala de Milei revela o desafio enfrentado pelo Mercosul em equilibrar os interesses dos países membros. Enquanto nações como o Brasil defendem a coesão do grupo, outras, como a Argentina e o Uruguai, buscam mais autonomia nas decisões comerciais.

A flexibilização das regras do bloco exigiria um consenso entre os membros, algo que pode levar tempo e negociações complexas.