Com a proibição do TikTok nos Estados Unidos prevista para entrar em vigor neste domingo (19), a incerteza paira sobre os 170 milhões de usuários americanos da plataforma. A Suprema Corte confirmou na sexta-feira (17) a medida que exige a venda da rede social a um novo proprietário não chinês, sob o risco de banimento imediato.
A ação, baseada em preocupações de segurança nacional, levanta questões sobre o acesso contínuo ao aplicativo, conhecido por revolucionar a interação digital com seu algoritmo inovador. A medida é motivada pelo receio de que dados de usuários possam ser compartilhados com o governo chinês ou usados para disseminação de desinformação, ainda que não haja provas concretas de tais práticas.
Cenários possíveis
Especialistas apontam que, caso a proibição seja mantida, o TikTok deve ser removido das lojas digitais da Apple e do Google, impossibilitando novos downloads. Quem já possui o aplicativo poderá continuar usando-o temporariamente, mas sem atualizações de segurança, tornando-o suscetível a falhas. Alternativamente, o próprio TikTok pode optar por suspender suas operações no país, direcionando usuários para uma página explicativa sobre o bloqueio.
Enquanto isso, o presidente eleito Donald Trump, que assume o cargo na segunda-feira (20), indicou interesse em intervir para evitar o banimento. Ele sinalizou que poderia negociar um adiamento do prazo, permitindo tempo adicional para a venda do aplicativo. Trump já solicitou à Suprema Corte uma pausa temporária na implementação da medida para explorar alternativas.
Negociações e desafios
Diversos investidores americanos, incluindo o empresário Frank McCourt e o investidor Kevin O’Leary, já manifestaram interesse em adquirir os ativos do TikTok nos EUA. No entanto, a possível exclusão do algoritmo – considerado o coração da plataforma – devido a restrições impostas pela China, dificulta a viabilidade de uma transação. A criação de uma versão americana do TikTok, sem o algoritmo original, representaria um desafio técnico significativo.
Há também rumores de que a China estaria disposta a negociar com Elon Musk, um proprietário que poderia ser mais favorável a seus interesses. Contudo, nem Musk nem a ByteDance, controladora do TikTok, comentaram oficialmente sobre o assunto.
Impacto cultural e econômico
O banimento do TikTok não afeta apenas o entretenimento e a interação social. A plataforma é usada por milhões de criadores de conteúdo, pequenos negócios e profissionais para gerar receita, divulgar produtos e se conectar com comunidades. Sua ausência pode representar perdas significativas, tanto financeiras quanto culturais, no ecossistema digital americano.
À medida que o prazo se aproxima, crescem as dúvidas sobre o futuro de uma das redes sociais mais populares do mundo. O TikTok poderá ser salvo, mas as negociações e decisões que se desenrolarem nos próximos dias definirão o impacto de longo prazo para usuários e empresas nos EUA.
Fonte: CNN