Investigações revelam possíveis manipulações nos processos judiciais envolvendo grandes empresas
O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), se encontra no epicentro de uma polêmica envolvendo suspeitas de venda de sentenças. Suas decisões durante os plantões judiciais têm gerado fortes críticas, especialmente por contrariar entendimentos de outros magistrados. Essas liminares, algumas das quais foram revogadas em menos de 24 horas, levantam sérias questões sobre a integridade de seus julgados.
Liminares questionáveis e decisões controversas
Em apenas dois plantões, Ney Bello concedeu pelo menos três liminares polêmicas, e uma delas gerou grande repercussão. No caso da Imcopa, o desembargador favoreceu indivíduos envolvidos em investigações graves, como a operação Cortina de Fumaça, que apura compra de decisões judiciais via WhatsApp. A decisão de Ney Bello suspendeu sentenças anteriores que reconheciam Walter Faria como credor da Imcopa, contrariando entendimentos do próprio TRF-1.
Créditos: Diário de São Paulo
Investigações internacionais e repercussões
Ruy del Gaiso e Renato Mazzucchelli, figuras centrais neste imbróglio, também são investigados em Luxemburgo por desvio de milhões de dólares das empresas de Walter Faria. A decisão de Ney Bello, tomada em 2 de janeiro de 2025, coincide com o início de seu plantão, o que aumenta a curiosidade sobre o timing da medida.
Contradições jurídicas e suspeitas de manipulação
A decisão tomada por Ney Bello está sendo amplamente questionada, pois ela contraria pelo menos oito decisões anteriores do TRF-1 e alterou o relator do caso. Esse movimento gerou suspeitas de que o desembargador tenha alterado o curso do processo de maneira suspeita, dando margem a novas investigações judiciais sobre a legitimidade de sua atuação.
O contexto da disputa judicial
Este caso está diretamente relacionado à disputa jurídica entre o Grupo Petrópolis, de Walter Faria, e a gestora RC2, de Ruy del Gaiso e Renato Mazzucchelli, pelo controle da Imcopa. Desde 2018, as decisões judiciais sobre o controle da empresa têm se alternado, com constantes reviravoltas que envolvem acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
Falta de respostas e novos desdobramentos
Até o momento, os envolvidos no caso não se manifestaram publicamente. Nem o desembargador Ney Bello nem os representantes dos acusados responderam aos pedidos de comentário. A reportagem tentou entrar em contato, mas sem sucesso. Caso novas declarações sejam feitas, a matéria será atualizada.
As informações são do Diário de São Paulo.