O renomado cineasta David Lynch, conhecido por suas obras marcantes como Twin Peaks e Mulholland Drive, faleceu nesta quinta-feira, 16 de janeiro, aos 78 anos, vítima de enfisema pulmonar. O diretor vinha enfrentando um intenso tratamento desde o ano passado, após revelar o diagnóstico, atribuído a décadas de tabagismo.
Lynch foi um dos grandes nomes do cinema contemporâneo, celebrado por sua habilidade em misturar horror, mistério e surrealismo de maneira única. Com uma carreira que abrange clássicos como Blue Velvet (1986) e The Elephant Man (1980), suas produções não apenas desafiaram as convenções narrativas, mas também se tornaram objetos de culto na indústria. Apesar de indicado ao Oscar em quatro ocasiões, Lynch nunca recebeu a estatueta por suas obras individuais, mas conquistou a Palma de Ouro em Cannes por Wild at Heart (1990).
Nascido em Missoula, Montana, Lynch começou sua trajetória artística sonhando em ser pintor. Esse interesse pelas artes plásticas o conduziu ao cinema, onde produziu seu primeiro longa-metragem, Eraserhead (1977). O filme, conhecido por sua atmosfera perturbadora e estética inovadora, tornou-se um marco do cinema independente e abriu as portas para projetos maiores.
Além de seu trabalho como cineasta, Lynch foi também um defensor das artes em diversas formas, desde a música até a pintura. Ele deixa três filhos, incluindo Jennifer Lynch, que seguiu seus passos no cinema, além de um legado que continuará influenciando gerações.
Sua última grande obra, Twin Peaks: O Retorno (2017), revisitou o universo surreal que marcou a década de 1990, reunindo nomes como Kyle MacLachlan, Laura Dern e Naomi Watts. Em 2020, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas finalmente reconheceu sua contribuição única para o cinema, concedendo-lhe um Oscar Honorário.
A notícia de sua morte foi confirmada pela família em uma publicação emotiva nas redes sociais: “O mundo está mais vazio sem ele, mas como David costumava dizer: ‘Foque no donut, não no buraco’.”
David Lynch será lembrado como um visionário, cujo trabalho desafiou as fronteiras da narrativa e da estética cinematográfica, deixando uma marca indelével na história da sétima arte.
Fonte: Exame