Na quarta-feira (15), o dólar começou a sessão com tendência de alta, mas logo virou para queda, refletindo a incerteza dos investidores com os dados de inflação dos Estados Unidos. A preocupação aumentou com o índice de preços ao consumidor, que ficou acima das previsões para o mês de dezembro.
O aumento de 0,4% no índice de preços ao consumidor de dezembro é um sinal de que os custos mais elevados com energia continuam a pressionar os preços. Embora o indicador anual tenha se mantido em 2,9%, dentro das expectativas, o dado mensal gerou reflexos no mercado financeiro. Em conjunto com o dado sobre a inflação ao produtor, que subiu 0,2% no mês de dezembro, o mercado agora questiona a possível redução de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
O impacto da inflação alta reforça a perspectiva de que o Fed pode ser mais cauteloso em relação à política de corte de juros. Juros mais elevados nos EUA podem impulsionar o valor do dólar frente a outras moedas, como o real, o que tem sido observado no comportamento do mercado. Investidores estão atentos a essas oscilações, que influenciam diretamente as estratégias de investimento globais.
Além disso, o início da temporada de balanços das empresas dos Estados Unidos também influencia o cenário. Gigantes financeiras como BlackRock e Goldman Sachs já começaram a divulgar seus resultados, o que adiciona uma camada extra de volatilidade aos mercados.
No Brasil, o cenário também está agitado. O mercado se mantém focado nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que apontaram uma queda de 0,9% em novembro, um número bem pior do que as expectativas dos analistas. Isso traz mais incertezas sobre o desempenho da economia brasileira nos próximos meses, especialmente em relação ao setor de serviços, um dos pilares da economia nacional.
O cenário fiscal do país também segue sendo monitorado de perto. A sanção presidencial do projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas dos estados brasileiros com o governo federal trouxe alívio, mas também gerou debates sobre a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo.