Argentina fecha 2024 com inflação de 117,8%, mas otimismo cresce

Argentina fecha 2024 com inflação de 117,8%, mas otimismo cresce
Imagem: Reprodução / Freepik

A inflação na Argentina registrou um recuo substancial em 2024, fechando o ano em 117,8%, o que representa uma queda de quase 94 pontos em relação aos 211,4% de 2023. Esses números, divulgados pelo Instituto Oficial de Estatísticas (Indec), marcam uma significativa desaceleração da inflação, que estava em níveis alarmantes no final do ano anterior. Embora esse resultado seja visto como uma vitória importante, as dificuldades econômicas ainda estão longe de ser resolvidas.

O impacto das reformas de Milei

A política econômica implementada pelo presidente Javier Milei no ano passado, conhecida como o “Plano Motosserra”, tem sido central na mudança do cenário inflacionário. A medida foi agressiva, promovendo cortes de gastos, a privatização de empresas públicas e a eliminação de subsídios a serviços essenciais. Esse conjunto de medidas teve um efeito imediato na economia, mas também trouxe sérias consequências para a população mais pobre.

O crescimento econômico e a pobreza

Apesar da desaceleração da inflação, o impacto das reformas de Milei tem sido duro para grande parte da população. O desemprego aumentou, os preços subiram e, como resultado, a pobreza atingiu mais de 52% da população, um aumento dramático em relação aos 41,7% registrados no início de 2024. Esses dados indicam que, embora o governo tenha logrado um superávit primário e reduzido o risco-país, a recuperação econômica ainda não chegou a todos os setores da sociedade.

Um caminho difícil, mas com sinais de otimismo

A inflação de 2024 representou um alívio importante, mas não resolve os problemas estruturais da economia argentina. No início de janeiro, o risko-país do país atingiu o nível mais baixo desde 2018, o que gerou expectativa positiva entre investidores. No entanto, a atividade econômica ainda enfrenta desafios profundos, e o PIB deve registrar uma contração de 3,5% em 2024, segundo projeções do FMI. A desaceleração da economia é especialmente visível no terceiro trimestre de 2024, quando o país sofreu uma queda de 2,1% no comparativo anual.