O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano de 2024 com uma alta de 4,83%, ultrapassando a meta de inflação estabelecida pelo governo. Essa é a oitava vez desde 1999 que o objetivo inflacionário não é atingido. Os principais responsáveis por essa alta foram os grupos Alimentação e Bebidas, que acumulou um aumento de 7,69%, Saúde e Cuidados Pessoais, com 6,09%, e Transportes, que subiram 3,30%.
Principais impactos
O grupo de Alimentação e Bebidas sozinho contribuiu com 1,63 pontos percentuais para o IPCA, enquanto Saúde e Cuidados Pessoais e Transportes adicionaram 0,81 p.p. e 0,69 p.p., respectivamente. Juntos, esses três setores representaram 65% da inflação total de 2024.
Diante desse cenário, o Banco Central será obrigado a justificar ao governo o descumprimento da meta de inflação. Ainda nesta sexta-feira, a instituição divulgará uma carta aberta ao presidente do Conselho Monetário Nacional, explicando as causas da alta inflação e as medidas que serão adotadas para corrigir o rumo.
Medidas fiscais e juros
O Banco Central intensificou o aperto monetário ao final de 2024, elevando a taxa Selic para 12,25% ao ano. A expectativa é de mais duas altas de mesma magnitude em breve, como resposta aos riscos de piora na dinâmica inflacionária, especialmente após o anúncio de novas medidas fiscais pelo governo.