Pesquisas recentes revelam que os gastos com material escolar atingiram um patamar alarmante no Brasil. Em 2024, as famílias desembolsaram R$ 49,3 bilhões com itens para a volta às aulas, um aumento de 43,7% em relação a 2021. Esse impacto financeiro afeta 85% dos lares com filhos em idade escolar.
Aumento nos custos e impacto social
Entre os fatores que elevaram os preços estão a inflação, o aumento nos custos de produção e o impacto do dólar nos itens importados. Segundo Sidnei Bergamaschi, presidente da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), mochilas, estojos e outros itens importados têm seus preços diretamente influenciados pelo câmbio e pelos custos de frete marítimo.
Famílias da classe C foram as mais afetadas: 95% delas relataram que o material escolar pesa no orçamento. Muitas estão recorrendo ao parcelamento das compras — uma prática adotada por 35% dos entrevistados.
Desafios regionais
Os gastos estão concentrados na Região Sudeste, responsável por 46% do total nacional, seguida pelo Nordeste, com 28%. O menor percentual foi observado no Norte, com 5%. Esse desequilíbrio reflete disparidades econômicas regionais que complicam ainda mais a situação das famílias em áreas menos favorecidas.
Medidas para aliviar o problema
Especialistas e entidades defendem soluções para amenizar o impacto financeiro. A ABFIAE sugere a redução de impostos sobre itens escolares, que atualmente podem representar até 50% do valor final. Programas públicos, como o Programa Material Escolar, também são apontados como alternativas viáveis. O projeto já beneficia estudantes em São Paulo e no Distrito Federal, permitindo a compra de materiais essenciais.
Perspectivas para o futuro
Para 2025, espera-se um aumento de 5% a 9% nos preços. Esse cenário preocupa as famílias, que já relatam dificuldades para equilibrar os custos educacionais com outras despesas. Apesar disso, a maioria continua priorizando a educação dos filhos, ajustando o orçamento para atender às necessidades escolares.