Flávio Dino enfrenta o Congresso e levanta suspeitas de ambição eleitoral

Flávio Dino || Crédito: TOM COSTA / MJSP

O embate entre Poderes ganhou novos contornos com a atuação de Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, sua decisão de limitar o pagamento de emendas trouxe um misto de admiração e desconfiança em Brasília. Enquanto o magistrado defende transparência e controle fiscal, políticos o acusam de usar o momento para projetar-se no cenário eleitoral.

O impacto da decisão sobre as emendas

O Congresso, que vinha utilizando caminhos alternativos para a liberação de emendas após o fim do orçamento secreto, foi surpreendido pela decisão do STF. Dino, como relator do caso, endureceu o tom ao acusar parlamentares de “balbúrdia” e reafirmar o papel do Judiciário como guardião da legalidade.

Essas ações consolidaram a imagem do ministro como figura linha-dura, semelhante à de Alexandre de Moraes, especialmente no enfrentamento a crises institucionais.

Carreira política e especulações sobre o futuro

Flávio Dino, com uma longa trajetória política, é visto como um dos mais preparados da atualidade. Antes de ocupar sua cadeira no STF, foi juiz, deputado federal, governador do Maranhão, ministro da Justiça e senador. Sua experiência e postura combativa levantaram rumores de que poderia ser um forte candidato à sucessão presidencial em 2026.

Embora nenhum ministro do STF tenha, até hoje, deixado a corte para disputar eleições, interlocutores próximos afirmam que Dino não descarta essa possibilidade. Sua decisão no caso das emendas alimenta essas especulações, ao colocá-lo sob os holofotes de um cenário político em ebulição.

Disputa entre Poderes e a figura de “xerife”

Ao desafiar o Congresso, Dino reforçou a imagem de “xerife”, apelido antes associado a Alexandre de Moraes. Esse perfil, no entanto, não é unanimidade. Políticos da base aliada e da oposição criticaram sua postura, interpretando-a como um cálculo estratégico.

“O Brasil vive um momento delicado, e decisões como essa não podem ser vistas apenas pelo prisma jurídico. Elas têm repercussões políticas diretas”, afirmou um deputado sob anonimato.