Ultrapar, do presidente Marcos Lutz, garante investimento de R$ 500 milhões na Hidrovias do Brasil

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Com ações desvalorizadas e o investidor arisco, a Hidrovias do Brasil teve que cancelar o aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão por falta de demanda. A capitalização ajudaria a companhia a desalavancar seu balanço. Para compensar, a Ultrapar – que virou acionista de referência neste ano – vai adiantar agora em dezembro R$ 500 milhões à empresa de logística, como parte de um futuro aumento de capital.

O fôlego da Ultrapar vai permitir à Hidrovias quitar uma dívida que vence em janeiro e que vinha sendo tema de preocupação entre os acionistas. A companhia terá que pagar no início do ano US$ 150 milhões (cerca de R$ 925 milhões) aos bondholders e, ao fim do terceiro trimestre, só tinha R$ 758 milhões em caixa – que deve ter sido parcialmente consumido no quarto trimestre dadas as restrições de navegação tanto no corredor norte quanto no sul.

Mas os analistas consideram que essa é uma solução de curto prazo e que falta um plano mais amplo para o reequilíbrio da estrutura de capital da companhia. Isso pode incluir desde venda de ativos (a empresa estuda se desfazer de ativos que representam até 20% da receita) a uma incorporação pela Ultrapar.

A XP Investimentos calcula que a alavancagem financeira da Hidrovias deve cair de 6,1 vezes para 5,3 vezes com essa capitalização de meio bilhão. Como se trata de um adiantamento, a companhia deve aprovar um novo aumento de capital no primeiro trimestre de 2025, quando vai tentar adesão de outros investidores. Mas, até lá, o plano de expansão permanece incerto, ressalta a XP em relatório.

O conselho da Hidrovias havia aprovado o aumento de capital, de no mínimo R$ 1,2 bilhão e no máximo R$ 1,49 bilhão, no final de agosto. A Ultrapar tem pouco mais de 40% da companhia, depois de ter comprado a posição do fundo Pátria, e é esperado que ela assuma o controle com a formalização do aumento de capital.

Fonte: Valor Econômico / Globo