A economia da Argentina registrou um crescimento de 3,9% no terceiro trimestre deste ano em comparação com o trimestre anterior. O resultado, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) nesta segunda-feira (16), marca o fim de um ciclo de três quedas consecutivas no Produto Interno Bruto (PIB).
Recuperação após meses de retração
Este foi o primeiro desempenho positivo da economia argentina após um período de dificuldades. O avanço no PIB sinaliza uma recuperação modesta, mas significativa para o país, que enfrenta uma crise prolongada com desafios inflacionários e cambiais.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a economia ainda apresenta queda de 2,1%. Apesar disso, o resultado veio melhor que a previsão de analistas, que estimavam uma contração de 2,6%.
Consumo e exportações impulsionam o crescimento
Do lado da demanda, todos os setores apresentaram desempenho positivo em relação ao trimestre anterior. O consumo privado avançou 4,6%, impulsionado pela melhora pontual no poder de compra e estímulos sazonais. Já o consumo público cresceu 0,7%, contribuindo para o resultado.
O destaque, porém, ficou com as exportações e os investimentos. As exportações subiram 3,2%, favorecidas pela valorização de commodities e maior demanda de parceiros comerciais. A formação bruta de capital fixo — que reflete investimentos na economia — registrou um crescimento expressivo de 12%.
Em termos interanuais, no entanto, a situação ainda é desafiadora. O consumo privado recuou 3,2% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado, enquanto o consumo público teve queda de 4%. Os investimentos também apresentaram retração significativa de 16,8%.
Por outro lado, as exportações continuaram sendo o ponto positivo, com alta de 20,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.