O Brasil registrou, em 2023, a menor taxa de jovens que não estudam nem trabalham desde o início das pesquisas realizadas pelo IBGE em 2012. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada nesta quarta-feira (4), apenas 21,2% dos brasileiros entre 15 e 29 anos estão fora do mercado de trabalho e da educação.
Queda reflete recuperação econômica
O número de jovens nessa condição caiu de 10,9 milhões em 2022 para 10,3 milhões em 2023, uma redução de 4,9%. Esse movimento foi impulsionado pelo dinamismo do mercado de trabalho, que apresentou uma taxa média de desemprego de 7,8% no último ano, o menor patamar desde 2014.
Entre 2016 e 2020, a recessão econômica e a pandemia haviam elevado a taxa de jovens sem ocupação ou estudos para quase 28%, marcando um período crítico. Desde então, o cenário mudou gradativamente, com quedas consecutivas nos índices.
Desafios persistem para mulheres e negros
Apesar da redução geral, os dados mostram que desigualdades ainda persistem. Entre os jovens que continuam fora do mercado e da escola, 45,2% são mulheres pretas ou pardas, enquanto as mulheres brancas representam apenas 18,9% desse grupo.
Entre os homens, a disparidade é semelhante: 23,4% são pretos ou pardos, enquanto os brancos representam apenas 11,3%. O gerente de Indicadores Sociais do IBGE, Leonardo Athias, explica que esses dados refletem desigualdades estruturais, incluindo dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e falta de políticas públicas voltadas à população de baixa renda.