A volatilidade marcou a sexta-feira no mercado financeiro brasileiro, com o dólar ultrapassando os R$ 6 e o Ibovespa oscilando entre perdas e ganhos. A instabilidade reflete incertezas em torno do pacote de cortes de gastos anunciado pelo governo federal.
A reação do mercado
Na abertura do dia, o dólar apresentou alta significativa, atingindo R$ 6,11 na máxima. No entanto, no início da tarde, a moeda perdeu força, fechando em R$ 6,0029, com uma variação de 0,23%. Por outro lado, o Ibovespa, que começou o dia em queda, conseguiu se recuperar, encerrando o pregão com alta de 0,44%, atingindo 125.157 pontos.
Esse cenário ocorreu após declarações de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, líderes do Congresso Nacional, que se posicionaram sobre as novas medidas econômicas. As falas trouxeram alívio parcial ao mercado, que estava sob forte estresse desde o anúncio do pacote fiscal.
Pacote de cortes e impacto econômico
O pacote de cortes prevê uma economia de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026, chegando a R$ 327 bilhões até 2030. As medidas incluem ajustes em programas sociais, aposentadorias e emendas parlamentares. Entretanto, a proposta de isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil gerou receios sobre o impacto fiscal.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, ressaltou que o objetivo das medidas é equilibrar as contas públicas, mas reconheceu que ajustes poderão ser necessários. “Se houver problemas nos cálculos, vamos revisitar as medidas e buscar soluções com o Congresso e o presidente”, declarou Haddad em um evento do setor bancário.
Dados de emprego influenciam o mercado
Outro fator que influenciou os mercados foi a divulgação de dados de emprego pelo IBGE. A taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro, o menor índice já registrado. Apesar da boa notícia, os investidores seguem cautelosos, avaliando os efeitos a longo prazo das medidas econômicas.