Estratégia de cortes orçamentários aproxima governo do cumprimento da meta fiscal

Estratégia de cortes orçamentários aproxima governo do cumprimento da meta fiscal
Tesouro atribui avanço fiscal ao bom desempenho das receitas e congelamento de gastos.

Na reta final do ano, o governo intensifica os esforços para atingir a meta fiscal estabelecida. Com o anúncio de mais um bloqueio de R$ 6 bilhões no orçamento, o valor total de despesas congeladas já alcança R$ 19,3 bilhões. Essa estratégia é parte fundamental do ajuste fiscal que busca equilibrar as contas públicas, apesar do aumento das despesas obrigatórias, como os gastos previdenciários.

Receitas em alta e cortes estratégicos

De acordo com Viviane Varga, secretária-adjunta do Tesouro Nacional, a combinação de receitas em bom desempenho e contenções eficazes é o que permite uma perspectiva positiva para o cumprimento da meta. “As receitas têm surpreendido, e os bloqueios orçamentários foram realizados de forma eficaz ao longo do ano”, afirmou a secretária durante coletiva no Ministério da Fazenda.

Mesmo com o esforço, o governo ainda projeta um déficit de R$ 28,7 bilhões para 2024, muito próximo do limite de R$ 28,8 bilhões permitido pela legislação. A meta inicial era um orçamento equilibrado, sem déficit.

Aumento nos gastos previdenciários

A alta das despesas obrigatórias, especialmente com aposentadorias e pensões, continua sendo um dos principais desafios. Entre setembro e novembro, os gastos com Previdência Social cresceram R$ 8,2 bilhões, aproximando-se de R$ 940 bilhões no acumulado anual. Como esses valores são obrigatórios, o governo precisou intensificar os cortes em despesas discricionárias, como investimentos e verbas de custeio da máquina pública.

Impactos setoriais ainda serão divulgados

Embora os cortes tenham sido anunciados, o detalhamento dos setores mais afetados só será conhecido ao final desta semana. Um dos impactos já confirmados foi o adiamento de repasses culturais previstos pela Lei Aldir Blanc. Essa decisão foi tomada para aliviar a necessidade de bloqueios ainda mais severos em outras áreas do orçamento.