Um levantamento realizado pela Fiocruz em parceria com a Universidade de São Paulo revelou um dado alarmante: o consumo de alimentos ultraprocessados custa R$ 10,4 bilhões por ano à saúde e à economia do Brasil. Esses números envolvem custos com o tratamento de doenças, aposentadorias precoces e perdas de produtividade devido a mortes prematuras.
Impactos na saúde
Os alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos e produtos industrializados, estão diretamente associados ao aumento de casos de diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade. De acordo com o estudo, 25% dos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com essas doenças são destinados a pacientes cuja condição foi causada pelo consumo desses alimentos.
Em termos de mortalidade, os números são ainda mais preocupantes. Em 2019, o consumo de ultraprocessados foi responsável por 57 mil mortes no Brasil, representando 10,5% do total no país. Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo registraram proporções acima da média nacional.
O peso econômico
Além dos custos diretos no SUS, o impacto dos ultraprocessados é sentido na previdência e no mercado de trabalho. Cerca de R$ 9,2 bilhões por ano são perdidos devido a mortes prematuras, enquanto R$ 263 milhões são gastos com licenças médicas e aposentadorias precoces. Esses valores representam um peso significativo para a economia do país.
Políticas públicas em debate
Entre as propostas estão o aumento da tributação sobre ultraprocessados, a implementação de rótulos mais claros e a restrição de publicidade desses produtos. Segundo Eduardo Nilson, responsável pelo estudo, essas ações podem reduzir a carga econômica e epidemiológica associada a esses alimentos.