O presidente russo Vladimir Putin assinou, nesta terça-feira (19), um decreto que amplia as condições para o uso de armas nucleares, provocando alertas globais sobre uma possível escalada militar. A medida surge em reação direta à decisão dos Estados Unidos de autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance contra alvos no território russo.
Com o novo decreto, a doutrina russa agora permite ataques nucleares caso o território da Rússia ou de Belarus sofra agressões com armas convencionais que representem ameaça à soberania ou à integridade territorial. Esse é um avanço em relação à doutrina anterior, que previa o uso de armamento atômico apenas em casos de ataques nucleares diretos ou quando houvesse risco à sobrevivência do Estado.
Além disso, o documento considera ataques convencionais de Estados não nucleares, desde que apoiados por potências nucleares, como justificativa para uma resposta atômica. Qualquer incursão com aeronaves, mísseis de cruzeiro ou drones que ultrapasse as fronteiras russas também poderá desencadear uma reação nuclear.
O Kremlin justificou a medida como uma resposta necessária às ameaças do Ocidente. Segundo o porta-voz Dmitri Peskov, a revisão da doutrina reflete a necessidade de adaptação às “condições atuais”. Essa mudança ocorre em um momento de escalada nas tensões entre Rússia e Estados Unidos, com Washington fornecendo apoio militar crescente à Ucrânia.
A Rússia, maior potência nuclear do mundo, mantém um arsenal superior ao dos Estados Unidos. No entanto, o equilíbrio global também inclui outras potências nucleares, como França e Reino Unido, o que aumenta a preocupação internacional sobre o impacto dessa atualização.