Revista Poder

J&F avança no STF com proposta de recompra de ações da Paper na Eldorado Celulose

Expansão bilionária e geração de empregos dependem de decisão no STF

j&F paper excelence

Foto: Divulgação

A disputa entre a J&F Investimentos e a Paper Excellence, que se arrasta desde 2017, pode estar próxima de um desfecho. Durante audiência de conciliação no STF nesta segunda-feira (18), a controladora da Eldorado Brasil Celulose apresentou sua disposição para adquirir a participação da empresa sino-indonésia na companhia brasileira, encerrando anos de bloqueios e incertezas.

O ministro Nunes Marques, relator do caso, conduziu a audiência e iniciará os procedimentos para mediar o acordo, incluindo a definição do valor a ser pago. A proposta da J&F, segundo nota, será feita “por um valor de mercado que garanta alta rentabilidade ao investimento da Paper Excellence” e libere a Eldorado para executar seu projeto de expansão bilionário.

A proposta surge após a rejeição, por parte do STF, de um recurso da Paper contra a decisão do TRF-4, que impediu a transferência do controle acionário da Eldorado para a estrangeira. Na decisão, Nunes Marques destacou “má-fé processual” por parte da Paper e reforçou a necessidade de uma solução que beneficie o mercado e a empresa brasileira.

Com um projeto estimado em R$ 25 bilhões, a segunda linha de produção da Eldorado Brasil, em Mato Grosso do Sul, está travada devido ao litígio entre as acionistas. A expansão, que poderia gerar 10 mil empregos e colocar 2,6 milhões de toneladas de celulose por ano no mercado global, é fundamental para a competitividade da companhia.

Porém, a postura da Paper Excellence, que insiste em assumir 100% da Eldorado antes de permitir novos investimentos, tem sido apontada como um dos principais entraves. Em declarações públicas, o presidente da Paper, Claudio Cotrim, afirmou que “não permitirá o investimento enquanto não for a única acionista”.

A aquisição de 49,41% das ações da Eldorado pela Paper, em 2017, é considerada irregular por diversos órgãos brasileiros, incluindo MPF, AGU e Incra. A ausência de autorizações prévias para a compra de terras por uma empresa estrangeira é o principal argumento que embasa as ações judiciais.

A J&F reafirmou que a recompra das ações possibilitará “a retomada dos investimentos, o crescimento da Eldorado e a geração de empregos”. Com o avanço das negociações no STF, o mercado de celulose aguarda o desfecho de uma disputa que afeta diretamente o futuro de uma das maiores empresas do setor no Brasil.

Sair da versão mobile