Encontro G20 Social no Brasil busca avanços para questões de direitos e inclusão

Encontro G20 Social no Brasil busca avanços para questões de direitos e inclusão
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Rio de Janeiro está sediando o G20 Social, um evento inédito promovido pelo Brasil para incluir a sociedade civil nas discussões de temas globais urgentes. De 14 a 16 de novembro, líderes de movimentos sociais, ONGs, acadêmicos e ativistas de várias partes do mundo se reúnem para tratar de questões cruciais, como justiça ambiental, igualdade de gênero, e combate ao racismo. Esta é a primeira vez que a sociedade civil integra oficialmente a agenda de um evento do G20, dando voz às demandas populares diretamente junto aos representantes dos governos.

O que é o G20 Social?

O G20 Social foi idealizado pelo governo brasileiro durante sua presidência do G20 em 2023. Diferentemente das cúpulas convencionais, em que a sociedade civil organizava reuniões paralelas, o G20 Social visa oficializar essa participação. O objetivo é fomentar um diálogo contínuo e colaborativo entre os movimentos sociais e os representantes governamentais, buscando soluções mais próximas das realidades dos cidadãos. Estima-se que aproximadamente 50 mil pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, participem do evento.

Temas e grupos de engajamento

A cúpula conta com a presença de 13 grupos de engajamento, cada um focado em um aspecto específico da sociedade e suas demandas. Entre eles estão o C20 (sociedade civil), T20 (think tanks), Y20 (juventude), W20 (mulheres), L20 (trabalho), U20 (cidades), B20 (empresas), S20 (ciência), Startup20 (startups), P20 (parlamentos), SAI20 (tribunais de contas), além dos novos J20 (cortes supremas) e O20 (oceanos). Cada um desses grupos traz à discussão propostas para enfrentar desafios de alcance global.

Para estruturar e organizar a programação, a presidência brasileira convidou movimentos sociais brasileiros de destaque, como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Coalizão Negra por Direitos e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), entre outros. Esses movimentos ajudam a dar um caráter diverso e democrático ao evento, refletindo a pluralidade da sociedade.

A importância do evento para o G20

De acordo com o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria Geral da Presidência da República, o G20 Social representa um dos maiores legados que o Brasil pode deixar em sua presidência do G20. Ele enfatiza que o encontro busca refletir a diversidade e as necessidades dos cidadãos ao redor do mundo, em um processo que respeita a democracia e busca efetivamente melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Ao longo dos três dias de atividades, o G20 Social terá 271 eventos autogestionados, nos quais representantes de diferentes países e organizações sociais compartilham suas perspectivas e propostas. As discussões são amplas, abrangendo desde justiça ambiental até igualdade salarial, passando pelo combate ao racismo e ao colonialismo.

Destaques da programação

As atividades acontecem em diversos pontos da região central do Rio, especialmente no Boulevard Olímpico, incluindo locais como o Museu do Amanhã e os armazéns históricos da área portuária. Na sexta-feira, dia 15, o evento traz uma série de plenárias que contarão com a presença de ministros do governo brasileiro. Nessas reuniões, serão abordados os três eixos principais da presidência brasileira no G20: combate à fome, pobreza e desigualdades; sustentabilidade e transição justa; e reforma da governança global.

Os resultados das discussões no G20 Social serão compilados em um documento que será entregue aos líderes do G20 na cúpula principal, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, também no Rio de Janeiro. Esse documento apresentará sugestões e demandas da sociedade civil para questões globais, reforçando o compromisso do Brasil com a integração de vozes diversas nas decisões políticas e econômicas.