O governo brasileiro intensifica seus esforços para a repatriação de cidadãos no Líbano, em meio à escalada dos conflitos na região
Nesta segunda-feira (14), a Base Aérea de São Paulo recebeu o quinto voo da operação de repatriação, trazendo 220 passageiros, com dez crianças de colo, além de dois animais de estimação. Desde o início da missão “Raízes do Cedro”, em 2 de outubro, um total de 1.105 pessoas e 14 animais domésticos, entre gatos e cães, foram resgatados.
De acordo com a CNN, a Força Aérea Brasileira (FAB) utiliza a aeronave KC-30 para executar a operação. O avião deve realizar um novo voo ainda nesta segunda-feira para buscar mais brasileiros em Beirute. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, aproximadamente sete mil pessoas manifestaram interesse em retornar ao Brasil. A comunidade brasileira no Líbano tem, em estimativa, quase 20 mil indivíduos.
O cenário no Líbano permanece tenso. No último sábado (12), ataques israelenses resultaram em pelo menos 51 mortes e deixaram 174 feridos, conforme dados do Ministério da Saúde libanês. Recentemente, dois adolescentes brasileiros perderam a vida devido aos bombardeios. Apesar disso, o Itamaraty observou um aumento nos casos de desistência entre aqueles que inicialmente optaram pela repatriação.
Logística
Para mitigar os impactos das desistências e garantir a eficiência das operações, o governo intensificou as verificações por telefone dos passageiros confirmados. Mulheres, crianças, idosos e brasileiros não residentes no Líbano recebem prioridade nas missões de resgate. A chegada desses cidadãos ao Brasil conta com suporte conjunto do Itamaraty e dos ministérios do Desenvolvimento Social, Saúde, Justiça e Segurança Pública, além da Receita Federal.
Em apoio logístico à operação, o governo federal disponibilizou R$ 80 milhões através de uma medida provisória publicada na última sexta-feira (11). Além das ações de repatriação, a FAB já despachou 43 toneladas de donativos ao Líbano, incluindo cestas básicas e suprimentos médicos.
O Itamaraty mantém um alerta constante para que os brasileiros remanescentes no Líbano sigam as diretrizes de segurança locais e considerem deixar o país por meios próprios quando possível.