Este foi o primeiro discurso público de um membro do Hezbollah desde a morte de Nasrallah
O oficial de mais alto escalão do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o grupo continuará sua missão de lutar contra Israel e defender os palestinos. Ele declarou que as alegações de Israel sobre ter atingido a maioria dos mísseis de médio e longo alcance do grupo são um “sonho que eles não alcançaram nem irão alcançar”.
“Estamos prontos se Israel decidir entrar por terra. A resistência estará pronta para um confronto”, afirmou Qassim. Ele ressaltou que “todos os sacrifícios que passamos, desde os pagers até o martírio de nossos líderes e do nosso secretário-geral… abalariam exércitos e populações, mas continuamos. Com as dores destes dias e os sacrifícios, seguimos em frente”. O Hezbollah manterá suas “metas e objetivos de campo” que o secretário-geral Hassan Nasrallah declarou. O secretário-geral morreu na sexta-feira (27).
“A resistência islâmica continuará a confrontar o inimigo israelense em apoio a Gaza e à Palestina, para defender o Líbano e sua população, e em resposta aos assassinatos e matança de civis”, afirmou. Naim Qassem também anunciou que o grupo “elegerá um novo secretário-geral o mais rapidamente possível, de acordo com o mecanismo previamente adotado pelo partido, e preencherá os cargos de liderança. Tenham certeza de que as opções serão fáceis”.
De acordo com a CNN, este é o primeiro discurso público de uma figura do Hezbollah desde a morte de Nasrallah.
Morte de Nasrallah e suas consequências
O assassinato de Nasrallah, em um ataque aéreo israelense em seu quartel-general subterrâneo em Beirute, marca uma escalada significativa no conflito entre Israel e o Hezbollah. Essa é também mais uma grande perda para o Hezbollah, que já havia enfrentado a explosão de pagers e walkie-talkies de seus membros. A situação gerou dezenas de mortes e milhares de feridos.
Israel alertou que uma “nova era” de guerra começa, e moveu seu “centro de gravidade” para o norte, em referência à fronteira com o Líbano. Um de seus objetivos é o retorno de dezenas de milhares de civis que foram deslocados pelos combates. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas no Líbano devido aos recentes confrontos. Além disso, mais de mil já perderam a vida desde o aumento dos ataques aéreos na semana passada, segundo autoridades libanesas.
Israel também levantou a possibilidade de uma incursão terrestre no Líbano, que seria a quarta invasão israelense nos últimos 50 anos. O Hezbollah garantiu que “continuará sua luta contra o inimigo”, enquanto o Irã, que apoia o grupo, reiterou sua solidariedade.