Q&A com o piloto Lucas Moraes

Piloto de Rally Lucas Moraes, considerado o maior talento da nova geração, coleciona conquistas e sonha em popularizar o esporte no Brasil

Aos 33 anos, Lucas Moraes é um fenômeno do Rally. O piloto titular da Seleção Brasileira coleciona conquistas e, cada vez mais, quer mostrar para o Brasil a beleza do seu esporte. “Minha trajetória é marcada por muita dedicação, vontade de vencer e, principalmente, resiliência”, afirma.

Considerado o maior talento da nova geração, o camisa 10 do cenário off-road vem se destacando há mais de 10 anos. Lucas foi Bicampeão da Mitsubishi Cup (2013 e 2014), Tricampeão Brasileiro de Rally Cross-Country (2013, 2014 e 2018), Campeão do Sertões – Categoria Protótipo T1 (2018), 3º lugar no Mundial de Baja na Espanha (2022), Bicampeão do Rally dos Sertões (2019 e 2022), sendo o mais jovem a conquistar este feito.

Em 2023, o piloto chamou a atenção internacional na sua estreia no Dakar ao conquistar um pódio inédito para o Brasil na competição, ficando em 3º lugar e como melhor “rookie” da história. Um currículo impressionante!

Recentemente, o piloto brasileiro ganhou pela segunda vez o Capacete de Ouro, o Oscar do automobilismo, na 27º edição da maior premiação do automobilismo nacional.

Neste momento, Lucas compete no Rally dos Sertões, ocupando o top 3 e na liderança da maior competição da modalidade no Brasil.

Nessa conversa exclusiva com a Revista Poder, o piloto comenta sobre a sua trajetória no esporte e as conquistas significativas para o cenário off-road brasileiro.

Este ano, você conquistou o tricampeonato do Rally dos Sertões, sendo um dos favoritos. Como o esporte entrou na sua vida?

O Rally está na minha vida desde pequeno, sendo uma inspiração do meu pai, que me deu uma motinho de motocross aos 4 anos, e participei da minha primeira competição logo depois, mas, só levei o esporte a sério quando tinha uns 13 anos. Com 15, fui contratado como piloto da Suzuki, e assim virou uma profissão para mim. Atualmente estou competindo no Rally dos Sertões, a maior competição da América Latina, em busca do meu tricampeonato, com uma grande expectativa principalmente porque seguimos na liderança geral, nossas chances são bem altas.

São oito etapas do Rally dos Sertões, a maior competição do esporte na América Latina, como é a preparação física e mental para aguentar esses dias?

Demanda bastante de um planejamento antecipado, sempre nos organizamos para isso. Na questão do corpo, foco bastante nas regiões do abdômen, pescoço e ombros, locais que sofrem bastante nas competições. Com o mental, não é muito diferente, precisamos de muita concentração e foco, já que ficamos umas 4 ou 5 horas por dia contra o relógio, e qualquer deslize podemos ficar fora da prova.

Com a crescente procura pelo esporte, você acredita que hoje o Rally tem mais visibilidade em território nacional?

Ainda não é muito vista, mas com certeza tem um reconhecimento maior, meu desejo é ajudar o Rally brasileiro ter um destaque maior no cenário esportivo nacional.

Pela segunda vez você ganhou o Capacete de Ouro, devido aos feitos inéditos conquistados em 2023. Como foi a sensação de ser escolhido dentre tantos pilotos?

Receber este prêmio é muito especial, e ainda mais sendo pela segunda vez, disputando com tantas duplas de alto nível, é algo sensacional. Isso faz a gente pensar e olhar para trás, com todas as lutas do dia a dia, ficar longe da família e  passar dias nos desertos com todo o sufoco. Esse reconhecimento faz todo o esforço valer a pena.

Fotos no estúdio: Jaime Leme
Foto com o carro: Red Bull Content Pool