Vinho: quais os benefícios para a saúde?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como “moderada” a ingestão diária de 90 ml para mulheres e 180 ml para homens. Os especialistas alertam que o consumo exagerado pode causar problemas

Vinho: quais os benefícios para a saúde?
estudos científicos sugerem que o consumo equilibrado da bebida alcoólica pode gerar efeitos para a saúde cardiovascular e imunológica – Reprodução Freepik (@kamranavdinov)

A ideia de que o vinho é uma bebida benéfica para a saúde se disseminou por muito tempo. Muitos estudos científicos já sugeriram que o consumo equilibrado da bebida alcoólica pode gerar efeitos para a saúde cardiovascular e imunológica. Segundo o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), o vinho tinto tem uma quantidade adequada de polifenóis, componentes antioxidantes que podem trazer benefícios para o sistema cardiovascular.

Benefícios

“Apesar da grande quantidade de resveratrol, um potente antioxidante, outros polifenóis estão presentes e, com isso, também ocorre a dilatação arterial, facilitando a circulação sanguínea, ação antiplaquetária, reduzindo a formação de trombo nos vasos sanguíneos e se favorece a neuroproteção”, afirmou Ribas Filho à CNN. “Outro fator importante é que os polifenóis reduzem a possibilidade de o colesterol LDL [considerado ruim] ser oxidado, e, portanto, evita a aterosclerose”, finalizou.

Para a nutricionista Daniela Cierro, consultora técnica da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), o consumo moderado também pode trazer benefícios. “Ele pode trazer benefícios como a prevenção de doenças cardiovasculares e câncer, além de ter uma ação protetora do sistema nervoso. Tudo isso graças a uma série de componentes presentes no vinho, como as antocianinas, os taninos, os flavonoides, as catequinas, as procianidinas e os polifenóis”, explicou a especialista.

Cierro ainda destacou o resveratrol entre os polifenóis, que é um composto bioativo de origem vegetal não sintetizado pelo corpo – ou seja, o organismo humano não o produz naturalmente. “Ele apresenta essa ação protetora para a saúde através dos seus antioxidantes, além de apresentar ação anti-inflamatória”, finalizou.

Segundo uma revisão de 2019, houve uma associação entre o consumo de vinho tinto a um menor risco de doença arterial coronariana e, como consequência, benefícios para a saúde cardiovascular. Entretanto, a Associação Americana do Coração afirmou que não houve uma afirmativa nessa relação de causa e efeito. Por isso, ainda se estuda se outros fatores também podem estar envolvidos neste benefício, como a alimentação saudável. Enquanto isso, um estudo de 2015 mostrou que o resveratrol, no vinho tinto, pode ser benéfico para a saúde cerebral. A pesquisa sugeriu que haveria um efeito protetor contra danos cerebrais secundários após um derrame ou uma lesão no sistema nervoso central.

Consumo equilibrado

De acordo com a CNN, os especialistas afirmam que o consumo precisa de moderação para ser benéfico. Vale ressaltar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como “moderada” a ingestão diária de 90 ml para mulheres e 180 ml para homens. “Os riscos [do consumo exagerado de vinho] são muitos: diminuição da capacidade de discernimento, aumento na probabilidade de desenvolver câncer, aumento de acidente vascular cerebral, aumento de doenças hepáticas, sobrepeso e obesidade, entre outros”, afirmou Ribas Filho.