O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou à sua equipe que é impossível garantir apoio internacional para propostas de solução da crise venezuelana enquanto o presidente, Nicolás Maduro, não esclarecer se divulgará ou não as atas eleitorais.
Além disso, entre as sugestões de mediação, o embaixador Celso Amorim propôs a realização de novas eleições. Isso, com a presença de observadores internacionais e a suspensão de novas sanções. Ainda assim, Lula concorda que essa poderia ser uma solução. No entanto, não acredita que ela receberá apoio internacional enquanto Nicolás Maduro continuar ocultando as atas eleitorais.
Segundo assessores presidenciais, Lula já afirmou que está disposto a analisar propostas para solucionar a crise na Venezuela, mas antes seguirá exigindo a divulgação das atas eleitorais e dos dados detalhados por mesa de votação. Em suma, sem essas atas, seria equivalente a aceitar o que Maduro alega, de que venceu as eleições, sem provar.
Segundo o G1, dentro do governo, há uma crença de que Nicolás Maduro realmente perdeu a eleição. Ou seja, esse cenário complica qualquer solução futura, pois o venezuelano já indicou que não divulgará os documentos, e mesmo se o fizer, a credibilidade será questionada devido ao tempo.
Reação de Maduro sobre apoio internacional
De acordo com assessores de Lula, a tendência é que o governo brasileiro opte por não reconhecer a vitória de Maduro, mas sem romper os laços diplomáticos e comerciais com a Venezuela. Contudo, a grande incerteza nesse cenário gira em torno da reação do líder venezuelano.
Maduro pode, assim como fez a Nicarágua, decidir expulsar a embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Oliveira. Nesse caso, o Brasil manteria a embaixada em funcionamento sob a direção do encarregado de negócios.
Em resumo, Lula planeja conversar durante a semana com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para organizar uma conversa entre ambos e Nicolás Maduro. Paralelamente, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também segue hoje para a Colômbia, onde discutirá o assunto com seu homólogo colombiano.