A Venezuela e o Peru romperam suas relações diplomáticas nesta terça-feira (30). O rompimento aconteceu horas depois de Lima reconhecer que Edmundo González venceu as eleições contestadas do último domingo (28), nas quais Nicolás Maduro foi proclamado presidente.
“Somos obrigados a tomar esta decisão após as declarações temerárias do chanceler peruano que desconhecem a vontade do povo venezuelano e nossa Constituição”, afirmou o chanceler da Venezuela, Yván Gil, em uma publicação no X. Mais cedo, no mesmo dia, o chanceler peruano Javier González-Olaechea falou que as eleições presidenciais na Venezuela foram uma fraude e que Nicolás Maduro era “uma pessoa que deseja, por uma ditadura, se perpetuar no poder”.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) anunciou Maduro como vencedor na madrugada desta segunda-feira (29). O órgão contou que, com a apuração de 80% das urnas, Nicolás Maduro recebeu 51,2% dos votos, enquanto 44,2% de González. Entretanto, a oposição contestou o resultado e afirmou que tem atas eleitorais o suficiente para mostrar que o opositor ganhou.
De acordo com a Folha de SP, o regime de Maduro expulsou diplomatas da Costa Rica, Argentina, Chile, Peru, Panamá, Uruguai e República Dominicana. Isso aconteceu após essas nações divulgarem um comunicado conjunto com o pedido de uma maior transparência da Venezuela.
Depois das eleições
Enquanto isso, o país mergulha em atos a favor da oposição. Segundo dados do Foro Penal, pelo menos 11 manifestantes morreram nos confrontos com as forças de segurança até esta terça, dois eram menores de idade. Além disso, mais de 700 pessoas foram para a cadeia, de acordo com o procurador-geral, aliado de Maduro.
O general Vladimir Padrino López, ministro da Defesa venezuelano, afirmou que há uma tentativa de golpe de Estado no momento e atribuiu isso a “interesses do imperialismo” americano. Além disso, o presidente do Legislativo do país, Jorge Rodríguez, pediu a prisão de González e María Corina Machado, líder opositora na Venezuela.