Aranhas tomaram um dos principais pontos turísticos de São Luís. Milhares dos insetos se multiplicaram há um mês na Lagoa de Jansen, um dos pontos badalados da cidade. As teias tomaram conta das copas das árvores, das plantas, dos postes e outros lugares.
De acordo com Igor Neves, a situação se mostrou incômoda. “Incomoda demais, tanto esteticamente aqui no ambiente quanto por questão dos clientes. Mesmo limpando, quando vem o dia seguinte está ficando do mesmo jeito”, explicou.
A infestação
No entanto, não foi a primeira vez que isso aconteceu em São Luis. Ao menos quatro vezes, desde 2017, que o fenômeno aconteceu. Entretanto, nenhuma foi tão intensa quanto a atual. Por conta do evento inusitado, professores do Departamento de Biologia da UFMA levaram os alunos para mostrar a situação.
“Essas aranhas que nós estamos falando aqui é a Tetragnatha. E todas elas têm uma capacidade muito grande de construir teias. Teias bem elaboradas. A dispersão é feita pelo vento, porque ele leva o fragmento de teia e, assim, ela vai aumentar a sua área de ocorrência”, afirmou Macário Rebelo, professor doutor do Departamento de Biologia, Especialista em Zoologia.
Além disso, os especialistas justificaram que a espécie é inofensiva e que esse comportamento pode estar associado à poluição. “Isso aqui é um fenômeno ambiental que, na minha visão, é consequência de um desequilíbrio da qualidade de água da lagoa. Quanto mais poluída a água, mais inseto nasce. Quanto mais inseto nasce, mais comida para as aranhas tem”, destacou o biólogo, Maurício Mendonça.
As aranhas, por se reproduzirem facilmente, poderiam ter até 180 ovos em cada um de seus ninhos, caracterizados por serem pontos brancos no ambiente. De acordo com o G1, o fenômeno ainda poderá durar uns dois meses. “A infestação das aranhas, eu acredito que agora vai entrar em declínio, porque o alimento dela reduziu, que são os mosquitos. Pode até ter outros mosquitos, mas não são suficientes para alimentar todas essas aranhas”, finalizou Macário Rebelo.